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Caso Gabriela Chermont: julgamento no ES é adiado pela sétima vez

Caso Gabriela Chermont: julgamento no ES é adiado pela sétima vez

A jovem foi encontrada morta em 1996. Júri popular estava marcado para acontecer no dia 3 de dezembro. A nova data ainda não foi divulgada

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 16:17

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Caso Gabriela Chermont segue sem julgamento. (Arquivo da família)

O julgamento do acusado pela morte da jovem Gabriela Chermont, que estava marcado para a próxima terça-feira (3), foi adiado mais uma vez. Esta é a sétima vez que o júri popular é adiado e ainda não tem nova data para acontecer. O caso já se enrola na Justiça por mais de duas décadas. 

A decisão foi proferida pelo juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória. No documento, Sanches suspende o julgamento após o assistente de acusação solicitar que três testemunhas fossem ouvidas e intimadas.  O juiz pondera que mesmo que a solicitação fosse aceita, não haveria tempo suficiente para intimar as testemunhas, já que duas delas moram em São Paulo. 

"Assim, necessário decidir tais questões antes da sessão de julgamento. No entanto, mesmo que, eventualmente, seja acolhida a pretensão da assistente de acusação, não existe tempo hábil para efetivar a intimação das testemunhas por ela arroladas, porquanto duas delas residem no Estado de São Paulo, motivo pelo qual suspendo a realização do ato designado".

Gabriela Chermont. (Arquivo da Família)

O advogado de acusação, Paulo Pantaleão, diz que já tinha solicitado a substituição das três testemunhas, porém o juiz havia indeferido. A inclusão foi novamente peticionada, porém a defesa entrou com um embargo, e o juiz mais uma vez analisa o pedido. Ele vê com tristeza o adiamento do júri, que de acordo com ele, não deve acontecer esse ano. 

"Nós fomos intimados para nos manifestar em relação às testemunhas e faremos isso no tempo legal. São 23 anos de injustiça. A vida da mãe da Gabriela passou a ser o julgamento que nunca acontece. Uma morte que aconteceu em 1996", declarou.

Já o advogado de defesa de Luiz Cláudio, Raphael Câmara, diz que os adiamentos estão sendos feito pela própria acusação, que não confia na justiça capixaba.

"Na tentativa de trazer profissionais de fora, de São Paulo, a acusação tem feito com que o caso seja adiado. Para nós é evidente que a Gabriela se matou, os laudos oficiais indicam suicídio. Ela não tinha marcas de agressão. Mas a acusação não confia no sistema de justiça e é isso que atrasa o processo", disse. 

O CASO

A morte de Gabriela Chermont foi causada por queda do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, situado na Avenida Dante Michelini, no bairro Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado de Gabriela, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, é acusado pela morte da jovem, de tê-la jogado. Já a defesa de Luiz Cláudio diz que houve suicídio.

Segundo o processo, a jovem e o empresário, Luiz Claudio, teriam rompido o relacionamento e, por indicação de colegas de faculdade, ela teria passado a conhecer um outro rapaz. Em uma das situações em que teriam saído juntos, para um bar na Praia da Costa, amigos do ex-namorado teriam visto e contado para ele. Nesta situação, o denunciado pelo crime passaria a manter telefonemas com Gabriela, até que teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996.

Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e que depois se dirigiram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento de número 1.204. Luiz Claudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que não e que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, causando inclusive quebras de dentes e escoriações na lombar, desencadeando, por fim, no arrastamento e projeção da vítima pela sacada.

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Um exame toxicológico realizado à época do caso identificou que o comerciante teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele no sentido de ter tomado apenas cerveja.

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