Iniciado nesta terça-feira (10), o júri popular que deverá condenar ou absolver o acusado de matar a jovem Gabriela Chermont, o réu Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, terá continuidade a partir das 9h30 desta quarta-feira (11). O julgamento acontece após nove adiamentos e 24 anos de espera.
O júri popular acontece no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta. O caso, que tramita na Justiça há mais de duas décadas, foi adiado pela última vez no dia 28 de abril, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Sete jurados quatro mulheres e três homens foram sorteados para participar do julgamento e definir o destino do réu.
Nesta quarta-feira (11), dando continuidade à audiência, deverão depor a quinta e última testemunha da acusação e sete testemunhas trazidas pela defesa do réu.
A primeira testemunha ouvida foi a mãe de Gabriela, Eroteídes Chermont. "Hoje eu honro a memória da minha filha. Eu tenho certeza que a justiça será feita. Espero que não haja nenhuma mais procrastinação. São 24 anos de sofrimento", disse Eroteídes.
Em seguida, foram ouvidas uma amiga da vítima, o delegado que presidiu o caso e um perito de São Paulo que avaliou os laudos feitos à época. A expectativa inicial era de que a quinta e última testemunha de acusação, um psiquiatra forense vindo de São Paulo, também fosse ouvido nesta terça-feira, mas o depoimento dele ficou para o dia seguinte.
Por volta das 20h50 foi encerrado o primeiro dia de julgamento do caso, que será retomado na manhã desta quarta-feira (11).
Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, é acusado pelo crime de homicídio. A defesa do empresário, no entanto, alega que a vítima cometeu suicídio.
Segundo o processo, a jovem e o empresário, Luiz Claudio, teriam rompido o relacionamento e, por indicação de colegas de faculdade, ela teria passado a conhecer outro rapaz. Em uma das situações em que teriam saído juntos, para um bar na Praia da Costa, amigos do ex-namorado teriam visto e contado para ele. Nesta situação, o denunciado pelo crime teria passado a fazer ligações telefônicas para Gabriela, até que teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996.
Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e que depois foram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento de número 1.204.
Luiz Claudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que não e que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, causando inclusive quebras de dentes e escoriações na lombar de Gabriela, desencadeando, por fim, no arrastamento e projeção da vítima pela sacada. Um exame toxicológico realizado à época identificou que o comerciante teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele, no sentido de ter tomado apenas cerveja.
Por nota, a defesa do réu afirmou que há depoimentos e laudos técnicos que apontam para o fato de que Gabriela Chermont cometeu suicídio.
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