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Caso Vivian: acusado de assassinar ex-mulher no ES volta para a cadeia

Caso Vivian: acusado de assassinar ex-mulher no ES volta para a cadeia

O acusado havia sido solto no último dia 3, após o término do prazo da prisão temporária. De acordo com a Sejus, Thiago deu entrada nesta sexta-feira (25) no Centro de Triagem de Viana

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 17:53

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Pessoas na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, carregam faixas em protesto pela morte de Vívian Lima
Familiares de Vívian Lima, assassinada em julho, protestaram contra a liberdade concedida para Thiago Cruz, apontado como principal suspeito do crime. (Fábio Reis)

A Justiça, em decisão do juiz Douglas Demoner Figueiredo, decretou nesta quinta-feira (24) a prisão preventiva de Thiago Cruz de Oliveira, acusado de assassinar a ex-mulher Vivian Lima de Almeida, no final do mês de julho. O acusado havia sido solto no último dia 3 de setembro, após o término do prazo da prisão temporária. De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Thiago deu entrada nesta sexta-feira (25) no Centro de Triagem de Viana.

Na nova decisão, o magistrado decidiu acolher o requerimento do Ministério Público Estadual. "Diante dos elementos expostos e tudo mais que dos autos consta e ancorado nos requisitos do art. 312 do CPP (conveniência a instrução criminal), acolho o requerimento do Ministério Público Estadual e decreto a prisão preventiva do investigado Thiago Cruz Oliveira", determinou.

Em nota, a Polícia Civil informou que o investigado, de 36 anos, foi preso, na tarde de ontem (24), pela equipe da Superintendência de Polícia Interestadual e Captura (SUPIC), da Polícia Civil do Espírito Santo, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor. "A prisão ocorreu no bairro Aribiri, Vila Velha, e o investigado não ofereceu resistência, sendo encaminhado à Delegacia Regional de Vila Velha e, em seguida, ao Centro de Triagem de Viana. A investigação segue em andamento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e outros detalhes não serão divulgados".

Para a irmã gêmea da vítima, Viviane Lima, a medida foi motivo de alívio. "Eu acho que foi a melhor decisão para nós. Minha irmã a gente já não vai ter de volta. Mas ele matou e tem que ficar preso. Minha mãe chegou a chorar no telefone quando falei com ela, só a gente sabe o que tem passado. Para nossa família, ele solto é uma coisa horrível, ele matou e ainda foi frio, chegou a ir ao velório com a gente. Espero que ele fique preso e não saia mais. Graças a Deus foi preso. Ele tem que pagar pelo que fez", disse.

Thiago Cruz, de 36 anos,é o principal suspeito de matar Vivian Lima de Almeida, de 29 anos, em julho.
Thiago Cruz, de 36 anos, é o principal suspeito de matar Vivian Lima de Almeida, de 29 anos, em julho. (Reprodução TV Gazeta)

"EU TIVE UM PRESSENTIMENTO", DIZ MÃE DA VÍTIMA

A mãe de Vivian, Solange Lima, também desabafou, aos prantos, contando que desde o início teve um pressentimento sobre a autoria do crime. "Ele teve a nossa confiança, levou a gente para o enterro, para depois a gente descobrir isso. Eu tive um pressentimento que era ele, eu até falei com minha filha e sabia que eles viviam brigando por causa do filho. Não entendia porque ele estava solto. Ele tirou um pedaço de mim e agora estou triste e sozinha. Ele tem que pagar pelo que fez", afirmou.

Solange conta que, em pensamentos, chegou a ver uma pessoa agredindo a Vivian. "Eu orei e vi uma pessoa batendo nela, percebi naquele momento que foi ele que matou, tive esse pressentimento. Agora, com a prisão, fiquei satisfeita, porque ele tem que pagar pelo que fez, não pode ficar por isso mesmo. Não se pode matar e ficar andando por aí como se nada tivesse acontecido. Inclusive, me questiono: se ele não tivesse matado, por que teria até mudado de casa?", refletiu a mãe.

Ela disse ainda que não estava conseguindo sair de casa, já que sentia medo. "Saí hoje porque tinha que resolver minhas coisas, mas estava me sentindo muito mal, com muita angústia. Tive muita vontade de chorar no ônibus e chorei, lembrando da minha filha. Ela que fazia tudo por mim. Por que ele tirou a vida da minha filha? Ela era uma pessoa carinhosa, dizia sempre que queria me ver alegre, que ficaria sempre do meu lado. Eu trabalho fora, quando saía e ligava para ela, na mesma hora ela atendia. Agora não tenho vontade de fazer nada mais, só vivo chorando e muito triste e sei que ela sofreu até morrer", lamentou.

ENTENDA O CASO

Vivian foi encontrada morta em casa no dia 28 de julho, no bairro Araçás, em Vila Velha, local para onde havia mudado há poucos dias. A vítima foi espancada até a morte.

Inicialmente, os familiares de Vivian descartaram que Thiago tivesse sido capaz de tirar a vida da ex-mulher. Mas as investigações e as provas coletadas, contudo, levaram à prisão dele em agosto. Imagens de câmeras do bairro onde aconteceu o crime mostram que a última pessoa a entrar na casa de Vivian foi Thiago, na segunda-feira (28), um dia antes dela ter sido encontrada morta. Lá, ele permaneceu por 1h30.

À polícia, ele admitiu que esteve na casa da ex-mulher, mas negou a autoria do crime.

Vivian Lima de Almeida, 29 anos, foi encontrada morta dentro de sua casa no bairro Araçás, em Vila Velha
Vivian Lima de Almeida, 29 anos, foi econtrada morta dentro de sua casa no bairro Araçás, em Vila Velha. (Reprodução)

MPES RECORREU DE DECISÃO QUE COLOCOU O RÉU EM LIBERDADE

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha, entrou com recurso no último dia 09 na Justiça capixaba, visando reverter a decisão de soltar Thiago Cruz Oliveira, acusado do feminicídio da ex-companheira, Vivian Lima de Almeida.

Thiago foi considerado o principal suspeito do crime, pois permaneceu por uma hora e meia na casa de Vivian, conforme registrado por câmeras do bairro. Por isso, ele teve a prisão temporária decretada em 3 de agosto, quando a Justiça deferiu a representação feita pela polícia, com manifestação favorável do Ministério Público.

Diante da necessidade de conclusão de diligências e do temor que o acusado causava em testemunha e familiares da vítima, a Polícia Civil pediu, em 26 de agosto de 2020, a prorrogação da prisão temporária, por trinta dias, também com manifestação favorável do MPES. No entanto, a prorrogação havia sido negada pelo Juízo da 4ª Vara Criminal de Vila Velha, em 27 de agosto de 2020.

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