Uma decisão da Justiça, em segunda instância, manteve preso Thiago Cruz de Oliveira, acusado de assassinar a ex-mulher, Vivian Lima de Almeida, em julho de 2020, no bairro Araçás, em Vila Velha. O documento, publicado na última quarta-feira (23) no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), julga definitivamente o pedido de habeas corpus feito pela defesa do réu, negando novamente um pedido de liberdade que já havia tido pedido de liminar rejeitado em dezembro do ano em que o crime ocorreu.
Em relação ao processo principal, que está na 4ª Vara Criminal de Vila Velha, o caso terá terceira continuação da audiência de instrução e julgamento na próxima segunda-feira (28). A data foi marcada após etapa que ocorreu no último dia 11 de março, quando houve falha técnica provocada por queda de energia no fórum. Na ocasião, foram ouvidas uma testemunha da acusação, duas da defesa e quase foi finalizado o interrogatório do acusado.
Até o momento, como não foi terminada a fase de produção de provas, ainda não houve decisão sobre Thiago Cruz ir ou não a júri popular. Por esta incerteza sobre o desenrolar do caso, familiares de Vivian realizaram protesto em fevereiro deste ano, em frente ao fórum do município canela-verde.
"Ele tem que ficar preso. Diante do que ele fez, ele não pode ficar solto. Nos surpreendeu, porque ele se fazia de cínico. É um protesto pacífico, para mostrar que queremos que ele vá a júri popular. Queremos justiça”, afirmou a irmã da vítima, Gláucia Lima, na ocasião.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a irmã gêmea de Vivian, Viviane, afirmou que chegou a passar mal durante a primeira audiência, realizada no dia 2 de fevereiro. “Não aguentei e fiquei muito mal, tanto que não voltei para a segunda. Mas tudo indica que ele será condenado. Por enquanto tudo que ele faz é negar que cometeu o crime”, disse.
Procuradas em dois contatos telefônicos, as advogadas responsáveis pela defesa de Thiago Cruz de Oliveira até o momento não foram localizadas. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.
Vívian Lima de Almeida, de 29 anos, foi encontrada morta dentro de sua própria casa na rua Mônaco, no bairro Araçás, em Vila Velha, em 28 de julho de 2020. O corpo apresentava sinais de violência, segundo a Polícia Militar, e a perícia foi acionada. De acordo com informações da PM, o cunhado encontrou o corpo da vítima e relatou que ela teria se mudado para a residência há dois dias.
A Polícia Militar informou ainda que desde o dia 27 a família não conseguia fazer contato com ela. A PM foi acionada por volta das 16h do dia do crime, quando o cunhado encontrou a vítima na casa. A polícia ainda afirmou que havia sinais de violência no corpo da mulher.
Na ocasião, o repórter Fábio Linhares, da TV Gazeta, conversou com a irmã da vítima. Ela contou que na segunda-feira Vívian teria que buscar o filho de oito anos na casa do pai, mas ela não apareceu. Além disso, ela teria parado de responder mensagens e de atender ligações.
A irmã alegou que Vívian era muito atenciosa e preocupada com a família, o que ligou o alerta dos parentes, que foram procurá-la na casa e encontraram o corpo da vítima. A família afirmou que Vívian não estava recebendo ameaças nem tinha nenhuma inimizade.
Inicialmente, os familiares de Vívian descartaram que Thiago tivesse sido capaz de tirar a vida da ex-mulher. Mas as investigações e as provas coletadas, contudo, levaram à prisão dele em agosto. Imagens de câmeras do bairro onde aconteceu o crime mostram que a última pessoa a entrar na casa Vivian foi Thiago, na segunda-feira (27), um dia antes dela ter sido encontrada morta. Lá, ele permaneceu por 1h30. À polícia, ele admitiu que esteve na casa da ex-mulher, mas negou a autoria do crime.
Em 24 de setembro de 2020, a Justiça decretou a prisão preventiva de Thiago. Na nova decisão, o magistrado decidiu acolher o requerimento do Ministério Público Estadual. "Diante dos elementos expostos e tudo mais que dos autos consta e ancorado nos requisitos do art. 312 do CPP (conveniência a instrução criminal), acolho o requerimento do Ministério Público Estadual e decreto a prisão preventiva do investigado Thiago Cruz Oliveira", determinou.
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