O homem de 43 anos – suspeito de matar a companheira dele e os três filhos dela na manhã do último sábado (10), no distrito de Aracuí, em Castelo, no Sul do Estado, e incendiar a casa com as vítimas dentro – não aceitava o fim do relacionamento, segundo o depoimento de pessoas conhecidas das vítimas à polícia.
Para a jornalista Gabriela Fardin, da TV Gazeta Sul, o delegado responsável pelas investigações, Marcelo Ramos, contou que as pessoas que já prestaram depoimento disseram que o suspeito não aceitava o fim da relação com a companheira. E essa informação também pesou na decisão da polícia de pedir a prisão do suspeito à justiça.
Até o momento, o delegado já ouviu o dono da propriedade onde a família estava morando, vizinhos, familiares da mulher, que vieram de campos, no rio de janeiro, para fazer a liberação dos corpos, e familiares do homem, que vivem na região onde o incêndio aconteceu.
De acordo com Ramos, a mulher, os três filhos e o homem estavam morando na casa há uma semana. O suspeito havia sido contratado para fazer um serviço na propriedade e, por isso, estavam morando de favor no local. Todos eles eram do Rio de Janeiro e não se sabe ao certo há quanto tempo estavam vivendo no estado.
O delegado também informou como o indivíduo foi encontrado. Ele estava escondido em uma mata na região próxima à casa que foi incendiada e foi localizado pela Polícia Militar perambulando na rua, perto do bairro Santa Bárbara. Ele estaria em busca de água e de comida.
Ainda segundo o delegado, logo que foi achado e preso, no domingo (11) à noite, o suspeito apresentou versões contraditórias e nada convincentes sobre o incêndio. Já no depoimento oficial, ele preferiu se manter calado e só falar em juízo, na presença de um advogado.
Esse homem era companheiro da mulher identificada como Roseany Carlos Seabra, de 40 anos, e padastro das outras três vítimas encontradas na casa, filhos da Roseany, que são Wellington Carlos Seabra, de 22 anos, e as irmãs dele: Eduarda Carlos Seabra, de 17, e Crislane Carlos Baltazar, de apenas oito anos.
A apuração da repórter Gabriela Fardin aponta que uma série de fatores leva a Polícia Civil a acreditar que se trata de um possível homicídio. O primeiro deles é o fato de o suspeito não estar na casa e não ter comunicado o incêndio. Além disso, todas as vítimas apresentam traumas na cabeça e o Departamento Médico Legal (DML) já confirmou que a causa da morte de duas das vítimas não informadas foi a pancada na cabeça e não o incêndio.
O delegado explicou que ainda falta a confirmação da causa da morte das outras duas vítimas, entre elas da Roseany, cujo corpo foi mais carbonizado. Para Ramos, o fato das vítimas estarem em cômodos separados da casa também chamou a atenção dos policiais, pois, em situações como essa, o mais comum seria se elas estivessem juntas na tentativa de se proteger.
Além dos laudos com a causa da morte dessas duas vítimas, o delegado também aguarda o resultado dos exames feitos no suspeito. Ele estava com a camisa rasgada e com várias marcas pelo corpo, mas ainda não se sabe se esses arranhões foram provocados por uma luta corporal ou por alguma vegetação na mata onde ele se escondeu.
Agora, o delegado tem o prazo de 10 dias para concluir o inquérito e enviar ao Ministério Público.
Quatro pessoas foram encontradas mortas dentro de uma casa incendiada na localidade de Pantanal, Zona Rural de Aracuí, em Castelo, no Sul do Espírito Santo, no final da manhã deste sábado (10).
A proprietária da residência confirmou à reportagem da TV Gazeta que os quatro mortos faziam parte da mesma família: a mãe e três filhos. Além dos quatro, morava na casa o marido da mulher. Eles se mudaram para o local há apenas duas semanas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas eram uma pessoa carbonizada; um homem; uma criança e uma adolescente do sexo feminino. Quando chegaram ao local havia um foco de incêndio em um dos cômodos e realizaram um rescaldo. As vítimas estavam em cômodos diferentes, entre elas, a criança no banheiro, com a porta trancada. A casa também estava fechada e para entrar, os militares precisaram arrombar a residência. A previsão para a conclusão do laudo pericial do Corpo de Bombeiros Militar é de 20 dias, prorrogáveis.
Os corpos, segundo a Polícia Civil, foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, sendo que três deles já foram examinados e um foi encaminhado para a antropologia, por estar muito carbonizado. Dois corpos tiveram como causa da morte a ação contundente na cabeça, ou seja, não morreram em decorrência do incêndio. O terceiro corpo examinado ainda não teve causa definida, e exames complementares serão realizados. Os laudos ainda não ficaram prontos, informou a corporação.
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