Mais duas pessoas que sobreviveram à chacina que deixou seis mortos durante uma confraternização no bairro Darly Santos, em Vila Velha, no último dia 16, prestaram depoimento nesta segunda-feira (25), na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. O suspeito do crime, o motorista de aplicativo Saulo da Silva Abner, de 25 anos, está preso.
A primeira vítima a depor foi um microempresário de 49 anos, que falou com a polícia por cerca de 3 horas. Ele levou um tiro nas costas e em um braço e é marido da professora de inglês Elaine Machado, que morreu na chacina. A mulher não estava na confraternização, mas, quando ouviu barulho dos tiros, foi ao local porque o filho de 12 anos estava na festa com o pai.
Segundo apuração da repórter Gabriela Ribeti, da TV Gazeta, o microempresário ficou internado em estado grave e não está andando — ele precisou ser carregado quando chegou à delegacia para prestar depoimento. A vítima seria ouvida no segundo andar, mas, como não tinha condições de subir as escadas, os policiais desceram e a ouviram no térreo. Este homem seria um dos alvos de Saulo, suspeito do crime.
A outra vítima a prestar depoimento foi um homem que levou três tiros. Ele contou à polícia que havia acabado de chegar à confraternização e não chegou a ver direito o que aconteceu. À reportagem da TV Gazeta, o homem disse que só não morreu porque havia outra pessoa na frente dele.
O motorista de aplicativo Saulo da Silva Abner confessou o crime, alegando que atirou porque três homens estavam invadindo um terreno que ele já havia invadido antes. Câmeras de segurança gravaram o homem andando pelas ruas do bairro e passando várias vezes em um carro preto. O delegado disse que ele passou mais de meia hora dando voltas na casa onde as vítimas participavam de um churrasco. Seis pessoas morreram e três ficaram feridas.
Morreram três pessoas na hora, no quintal da casa: Claudionor Liberato, José Roberto e José Quirino, que presidia a associação de moradores do bairro. Vizinhos contaram que Saulo continuou atirando na rua, quando atingiu a professora de inglês Elaine Machado, que morreu. O quinto atingido foi Felipe dos Santos, um feirante que morreu no hospital. Na semana passada, morreu também Renato Chagas Sales, que estava internado.
Um pedreiro que levou três tiros e também sobreviveu à chacina já havia prestado depoimento por três horas no último dia 18, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. Na ocasião, o homem — que não está sendo identificado por segurança — relatou à TV Gazeta os momentos de terror que viveu. "Ele (o autor do crime) entrou no terreno e saiu disparando, sem alvo aparente e sem objetivo", disse.
O pedreiro levou três tiros e um deles pegou no peito. Mesmo baleado, ele conseguiu fugir para um matagal, onde foi encontrado caído pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Em depoimento à polícia, o pedreiro contou que foi chamado para fazer um serviço em uma pequena construção no terreno e que, durante o trabalho, houve uma briga entre uma mulher que não está entre as vítimas e um homem, que também sobreviveu ao ataque. O motivo da discussão seria a posse do terreno.
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