Um pedreiro que levou três tiros e sobreviveu à chacina que aconteceu no bairro Darly Santos, em Vila Velha, no último sábado (16), prestou depoimento por três horas nesta segunda-feira (18) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. À TV Gazeta, o homem, que não terá a identidade revelada por questões de segurança, relatou os momentos de terror que viveu.
Ao todo, cinco pessoas morreram e quatro ficaram feridas. Duas, incluindo o pedreiro, já receberam alta. Ele levou três tiros, e um deles pegou no peito. Mesmo baleado, ele conseguiu fugir para um matagal, onde foi encontrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) caído.
Em depoimento, o pedreiro disse à polícia que foi chamado para fazer um serviço em uma pequena construção no terreno e que, durante o trabalho, houve uma briga entre uma mulher que não está entre as vítimas e um homem, que também sobreviveu ao ataque. O motivo da discussão seria a posse do terreno.
A TV Gazeta apurou que a polícia investiga se a briga pelo terreno motivou as mortes. O bairro foi tomado por medo e comoção, e quem viu o crime não compreende a brutalidade do suspeito, identificado pela Polícia Militar como Saulo da Silva Abner, de 25 anos, que foi preso no bairro Primeiro de Maio, também em Vila Velha.
Uma das pessoas assassinadas na chacina é a professora de Inglês Elaine Cristina Machado, 49 anos, encontrada morta com dois tiros ao lado de um carro. Segundo o genro, Wagner Mendes, ela tinha quatro filhos e era divorciada.
“Todo mundo está de luto pelo que aconteceu. Ela morava perto de onde aconteceu o crime e segundo nos falaram Elaine ouviu muito barulho e foi lá ver o que estava ocorrendo. Minha sogra não era de participar de festas, ela nem estava lá, só ia de casa para igreja”, relatou o genro da professora.
O líder comunitário da Associação de Moradores do bairro Darly Santos, José Quirino Filho, de 59 anos, conhecido como Mosquito, também foi morto com dois tiros. Ele estava participando do churrasco e levou dois tiros na costela direita e um nas costas. Quirino era casado, tinha quatro filhos e cinco netos.
Segundo a esposa dele, Cícera Gomes, o casal tem um bar próximo onde ocorreu a chacina. "Ele tinha ido até em casa para almoçar e descansar. Por volta das 16h30 ele decidiu ir à casa do amigo onde estava tendo o churrasco”, desabafou.
O aposentado Claudionor Liberato, de 59 anos, e José Roberto, conhecido como Gordinho, também estavam participando do evento e os dois foram mortos com dois tiros cada.
A quinta vítima é Felipe dos Santos, de 31 anos. Ele foi baleado enquanto trabalhava na barraca de verduras dele, que fica na rua transversal de onde acontecia o churrasco. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu ao dar entrada no Hospital Bezerra Antônio de Farias.
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