Elaine Cristina Machado, de 49 anos, José Quirino Filho, de 59 anos, Claudionor Liberato, de 59 anos, Felipe dos Santos, de 31 anos e José Roberto, de 54 anos. Todos foram assassinados por causa de uma disputa por terreno.
Essa é a motivação da chacina ocorrida no bairro Darly Santos, em Vila Velha, no último sábado (16), quando cinco pessoas morreram e quatro ficaram feridas. Os detalhes do crime foram revelados nesta terça-feira (19) pela Polícia Civil.
O suspeito de ser autor dos disparos, o motorista de aplicativo, Saulo da Silva Abner, de 25 anos, foi preso no bairro Primeiro de Maio, no mesmo município, na tarde desta segunda-feira (18). De acordo com a Polícia Militar, ele foi localizado após um denúncia anônima. Saulo possui passagens na polícia por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e por infração da Lei Maria da Penha.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, explicou que Saulo começou a planejar o crime quando um terreno que pertencia a ele na região foi invadido. O secretário acrescentou que o suspeito também havia invadido um terreno próximo.
"Esse indivíduo invade um terreno da região, sem nem saber de quem era o terreno. Mas, outras pessoas também ligadas a essa questão de posse de terreno invadem três outro terrenos, inclusive o dele. Quando invadiram o terreno dele, foi o estopim para ele planejar e arquitetar esses crimes", disse o secretário
Ramalho também contou que o suspeito recebeu a informação de que as pessoas que teriam invadido seu terreno estariam no churrasco. Ele, então, vai até o onde acontecia a festa, usa cocaína - o que, conforme Ramalho, foi confirmado pelo suspeito - e entra na casa. De acordo com o secretário, a casa era apertada e Saulo já entrou atirando.
"Na cabeça dele, ele tinha a consciência de que eram três pessoas que tinham arquitetado essa invasão do seu terreno e de dois outros próximos. Ele recebe a informação de que estariam reunidos em uma confraternização. De posse de seu veículo, ele vai até o local, identifica a casa, usa cocaína antes, relato dele. Ele invade a casa de posse de uma pistola calibre 380, era um local estreito, apertado e ele já entrou atirando. Então é uma motivação torpe para um crime tão brutal", detalhou.
O titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Tarik Souki, explicou que o suspeito foi ao bairro para monitorar o terreno dele porque sabia que outras três pessoas tinham ocupado o mesmo imóvel.
"Ele já sabia que três indivíduos estavam invadindo o seu lote. Quando ele foi olhar o lote, passou na frente do churrasco e percebeu que os três estavam lá e então resolveu executar as pessoas, praticou aquela atitude insana, abrindo fogo", destaca.
De acordo com a polícia, o preso alegou que os alvos eram o líder comunitário e outras duas pessoas, que sobreviveram.
"Dois sobreviveram e um deles era o José Quirino [morreu]. Esses indivíduos corriam de um lado para o outro e, por isso, ele acabou acertando algumas pessoas. Segundo ele, a intenção era acertar três indivíduos, os demais ele acertou por acidente".
A Polícia Civil ainda investiga de quem é a propriedade dos imóveis invadidos.
A Prefeitura de Vila Velha divulgou imagens do sistema de Muralha Eletrônico do município, que ajudou a identificar o carro do suspeito entrando e saindo do bairro onde aconteceu a chacina
Uma das pessoas assassinadas é a professora de Inglês Elaine Cristina Machado, 49 anos. Ela foi encontrada morta ao lado de um carro, com dois tiros. Segundo o genro dela, Wagner Mendes, a mulher tinha quatro filhos e era divorciada.
“Todo mundo está de luto pelo que aconteceu. Ela morava perto de onde aconteceu o crime e segundo nos falaram Elaine ouviu muito barulho e foi lá ver o que estava ocorrendo. Minha sogra não era de participar de festas, ela nem estava lá, só ia de casa para igreja”, relatou o genro.
A outra vítima é o líder comunitário da Associação de Moradores do bairro Darly Santos, José Quirino Filho, de 59 anos, conhecido como Mosquito. Ele estava participando do churrasco e levou dois tiros na costela direita e um nas costas. Quirino era casado, tinha quatro filhos e cinco netos.
Segundo a esposa dele, Cícera Gomes, o casal tem um bar próximo onde ocorreu a chacina. "Ele tinha ido até em casa para almoçar e descansar. Por volta das 16h30 ele decidiu ir até a casa do amigo onde estava tendo o churrasco”, desabafou.
O aposentado Claudionor Liberato, de 59 anos, e José Roberto, de 54 anos, conhecido como Gordinho, também estavam participando do evento e os dois foram mortos com dois tiros cada.
A quinta vítima é Felipe dos Santos, de 31 anos. Ele foi baleado enquanto trabalhava na barraca de verduras dele, que fica na rua transversal de onde acontecia o churrasco. Ele foi socorrido, mas morreu ao dar entrada no Hospital Bezerra Antônio de Faria.
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