Em entrevista nesta tarde (29) ao programa Cotidiano, da rádio CBN Vitória, o delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Marcelo Cavalcanti, afirmou que os suspeitos do assassinato de quatro pessoas, ocorrido na tarde desta segunda-feira (28), na ilha Doutor Américo de Oliveira, não sabiam quem eram as vítimas. Ainda segundo a autoridade policial, o grupo de criminosos já foi identificado e inicialmente se trata de cinco pessoas que saíram de Cariacica para cometer os homicídios.
Segundo Cavalcanti, o que motivou a ida dos assassinos à ilha, teria sido a oportunidade de eliminar um grupo rival, pelo que foi constatado nas investigações preliminares. "Podemos dizer que o grupo responsável pelo crime viu uma oportunidade de eliminar uma facção que atua na Capital. Porém, pelos elementos do inquérito, (eles) não sabiam quem eram as vítimas. Tanto é que eles tiram foto, filmam, divulgam isso para uma pessoa que já foi ouvida. As fotos circularam rapidamente e para a investigação facilitou a chegar nos autores", relatou.
De acordo com o delegado, o andamento das investigações sobre o crime está bem avançado. "Logo, logo mostraremos à sociedade os autores e eles serão presos, onde ficarão por muito tempo. Inicialmente não temos menores como autores, nem como vítimas. Mas a lei está aí para todos, menores e maiores, e ela será colocada em prática. Iremos em busca dos autores do crime", afirmou.
Nas palavras do delegado, o rapaz que foi espancado, sequestrado, amarrado e colocado dentro do porta-malas de um carro também conhecia as vítimas, mas foi apontado pelo grupo que o prendeu como um informante da gangue rival."Ele estava sendo levado para Cariacica. Conseguiu colocar a mão para fora do porta-malas, alguém viu e acionou o Ciodes. A Força Nacional, de forma rápida, conseguiu intervir e evitar o crime. O que a gente pode dizer é que os amigos das vítimas tentaram um contra-ataque no bairro apontado como sendo dos autores, em Cariacica, e levaram uma pessoa no porta-malas", concluiu.
Em reflexão final, o delegado afirmou que este confronto de diferentes grupos ligados ao tráfico de drogas é típico da realidade brasileira. "O Brasil, infelizmente, quando envolve a guerra de tráfico, isso não é uma particularidade do ES. O código do crime lhes impõe a força, o poder, o dinheiro, tudo que o tráfico fornece para eles é com violência, infelizmente. Pedimos apoio da população, por meio do número 181 para denúncias, resguardado o anonimato, para que possamos rapidamente identificar os envolvidos", finalizou.
Quatro homens foram assassinados na ilha Doutor Américo de Oliveira, na Baía de Vitória, na região de Santo Antônio, na tarde desta segunda-feira (28). A Polícia Militar afirmou que a execução foi motivada por conta de uma briga entre facções rivais da Capital e do Morro do Quiabo, em Cariacica. Momentos antes das execuções, o grupo foi filmado no local do crime.
Três pessoas foram encontradas mortas na ilha. Uma outra vítima, Pablo Ricardo Lima, 21 anos, foi socorrida de barco pelo próprio tio, que ouviu o barulho dos disparos e foi ao local. O rapaz chegou a dar entrada no Pronto Atendimento de São Pedro, mas já chegou morto ao local.
As outras três vítimas também foram identificadas. Yuri Carlos de Souza, que tinha 23 anos, Wesley Rodrigues de Souza, de 29 e Vitor da Silva Alves, de 19 anos.
Dois suspeitos de envolvimento na chacina que resultou na morte de quatro homens na Ilha Doutor Américo, na região de Santo Antônio, em Vitória, foram detidos na manhã desta terça-feira (29) em Porto Novo, Cariacica. A dupla foi levada para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória.
Um deles estava em uma viatura da Força Nacional e o outro em um veículo descaracterizado, sem identificação de nenhuma força de segurança do Estado. Um dos agentes, no entanto, estava com colete a prova de balas com inscrições da Polícia Militar. Veja vídeo:
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