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Chacina na Ilha: mãe liga para delegado e leva filho suspeito à polícia

Chacina na Ilha: mãe liga para delegado e leva filho suspeito à polícia

Homem colaborou com as investigações e revelou como foi sua participação no crime. Já são dois os presos entre os cinco suspeitos identificados

Publicado em 3 de outubro de 2020 às 18:01

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Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
Sede do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. (Fernando Madeira)

Um dos atiradores que teria participado da chacina de quatro jovens em uma ilha, na Baía de Vitória, se entregou à Polícia Civil na tarde deste sábado (3), conforme A Gazeta mostrou em primeira mão, após a mãe dele ter ligado para o delegado responsável pelo caso e levado o filho até a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. Ele é o segundo suspeito de envolvimento no crime preso.

"A mãe me procurou e falou que queria entregar o filho. [Ela] veio com advogado, e o advogado também me procurou. Ele (o suspeito) se apresentou espontaneamente", disse o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da DHPP de Vitória, que explicou que ele ajudou nas investigações revelando como foi sua participação na chacina. 

Chacina na Ilha - mãe liga para delegado e leva filho suspeito à polícia

O jovem de 18 anos não teve a identidade divulgada e, após ser ouvido na DHPP, foi encaminhado ao presídio. O delegado não quis revelar qual foi a participação do homem no crime nem dar detalhes do depoimento, como a motivação dos assassinatos, para não atrapalhar as investigações.

Segundo Marcelo Cavalcanti, o jovem era um dos autores e estava nas imagens que mostram os cinco participantes deixando a ilha de barco e voltando para Porto de Santana. O crime aconteceu na segunda-feira (28) na Ilha Doutor Américo Oliveira, próxima a Santo Antônio, em Vitória. Quatro foram mortos e dois ficaram feridos.

Aspas de citação

Dos cinco autores que claramente podemos observar nas imagens no barco, temos três hoje (que faltam serem presos). As investigações ainda continuam e nós estamos atrás de identificar não só outras testemunhas do crime, bem como alguém que possa ter mandado a execução do crime. Nós prendemos dois e faltam três

Marcelo Cavalcanti
Delegado titular da DHPP de Vitória
Aspas de citação

De acordo com o delegado, as investigações apontam até o momento que os cinco participantes estavam armados e efetuaram os disparos. Ele reafirmou que tudo aponta até aqui para uma disputa do tráfico de drogas e que todos os autores são do Morro do Quiabo, em Cariacica.

"Isso é fato. Tem a guerra do tráfico. Ainda precisamos confirmar porque é uma investigação que apesar de ter adiantado muito, ainda faltam muitos elementos e pontos que precisamos juntar para concluir de verdade a investigação", disse o delegado em entrevista coletiva. Veja o vídeo abaixo:

QUEM É O OUTRO PRESO

O outro suspeito do crime que já foi preso pela polícia foi identificado como Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, vulgo "Da Bala" ou "Balinha", de 22 anos. Ele foi localizado na noite desta sexta-feira (2) pela Força Tática do 7º Batalhão da Polícia Militar, no bairro de Porto de Santana, Cariacica, e levado para a DHPP em Vitória. 

Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, 22 anos, preso por envolvimento na Chacina da Ilha
Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, 22 anos, preso por envolvimento na Chacina da Ilha. (Rodrigo Gomes/TV Gazeta)

Segundo o delegado que cuida do caso, Adriano possui passagens pela polícia por tráfico de drogas e também teria efetuado disparos contra as vítimas. Contra ele foi cumprido mandado de prisão pelo crime de homicídio qualificado. Conforme noticiou A Gazeta, no momento da prisão ele tentou fugir mas foi alcançado pelos militares.

HOMEM FOI LIBERADO 

Também na noite de sexta, um outro homem foi detido pela Polícia Militar sob suspeita de participação na chacina. Ele foi localizado no interior de Domingos Martins, trazido para prestar depoimento na DHPP em Vitória, mas foi liberado pela polícia.

Segundo a Polícia Civil, não há mandado de prisão em aberto contra ele, mas o delegado titular da DHPP de Vitória, Marcelo Cavalcanti, explicou que a investigação continua, inclusive para apurar se houve participação desse rapaz no crime.

"Ele foi liberado. As investigações continuam e ainda temos pontos a fechar. Ele sim [continuará sendo investigado]. Todos são suspeitos e, se tiverem envolvimento, a investigação vai chegar nesses elementos", declarou o delegado.

RELEMBRE O CRIME

No episódio que chocou o Estado, quatro jovens que estavam na chamada Ilha do Américo foram assassinados e outros dois ficaram feridos. Na ocasião, as autoridades informaram que o crime ocorreu por conta de uma briga de facções rivais que acabou atingindo inocentes.

A ilha fica na Baía de Vitória, próximo ao bairro Santo Antônio. Na outra margem, fica o bairro Porto de Santana, já em Cariacica. A ilha é um ponto usado por moradores das duas margens para diversão e passatempo.

Perícia da Polícia Civil volta à Ilha do Américo, em Santo Antônio, em Vitória, local onde ocorreu a chacina que resultou na morte de quatro homens
Ilha do Américo fica na Baía de Vitória entre Santo Antônio e Porto de Santana. (Fernando Madeira)

Estavam na ilha seis amigos que moravam em Santo Antônio e foram surpreendidos por bandidos, que chegaram de barco na região. Eles renderam e atiraram contra o grupo de jovens, sendo que quatro deles morrem, um conseguiu fugir e outro se fingiu de morto para escapar, já baleado.

Os mortos foram identificados como sendo o marítimo Wesley Rodrigues de Souza, 29 anos, Yuri Carlos de Souza, 23, e Vitor da Silva Alves, 19, - corpos que permaneceram na ilha - e Pablo Ricardo Lima, 21, que chegou a ser levado para o pronto atendimento por um tio, mas já deu entrada sem vida. O jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado. O outro foi baleado no pé.

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