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Chacina na ilha: uma semana depois, polícia ainda procura por três foragidos

Chacina na ilha: uma semana depois, polícia ainda procura por três foragidos

Cinco criminosos participaram do atentado, sendo que apenas dois estão presos. Um adolescente (que possui mandado de busca e apreensão) e Felipe Domingos Lopes e Wendel Pinheiro Mendes (ambos com mandado de prisão em aberto) são procurados

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 21:53

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Homens são assassinados em ilha da Baía de Vitória
Homens são assassinados em ilha da Baía de Vitória. (Fernando Madeira)

Quatro jovens assassinados em uma ilha no meio da Baía de Vitória, no final da tarde de 28 de setembro. A chacina que chocou a Capital chamou a atenção pela crueldade. Agora, o que resta à polícia é localizar três suspeitos do crime que ainda estão foragidos. São eles: um adolescente – que possui mandado de busca e apreensão pelo crime –, e Felipe Domingos Lopes e Wendel Pinheiro Mendes, ambos com mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça.

Chacina na ilha: uma semana depois, polícia ainda procura por três foragidos

Na sexta-feira (2), com mandados de prisão solicitados pela DHPP Vitória, uma equipe da Força Tática do 7º Batalhão localizou em Porto de Cariacica, Cariacica, um dos acusados, identificado como sendo Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, vulgo "Da Bala" ou "Balinha", de 22 anos. No dia seguinte, a mãe de outro acusado, de 18 anos, entrou em contato com o delegado do caso, Marcelo Cavalcanti, e entregou o filho

A polícia busca por um adolescente – que possui mandado de busca e apreensão pelo crime – e por Felipe Domingos Lopes e um terceiro envolvido,  ambos com mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça.

Atualização: o nome de um segundo suspeito maior de idade estava sendo publicado após a confirmação da Polícia Civil de que ele estava com mandado de prisão em aberto pelo crime. O nome dele, inclusive, constava no site do Tribunal de Justiça do Estado como indiciado. No entanto, o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, informou que, no decorrer das investigações, foi identificado que o suspeito não estava mais entre os envolvidos e o mandado foi retirado. Por isso, o nome dele foi retirado desta reportagem.

Felipe chegou a ter o nome dele repassado em mensagens de aplicativos antes mesmo de ser considerado foragido. Além disso, a Polícia Civil ainda segue com as investigações na tentativa de identificar quem contou aos acusados que os amigos estavam na ilha. 

O CRIME

No episódio que chocou o Espírito Santo, quatro jovens que estavam na Ilha Doutor Américo Oliveira na segunda-feira (28) foram assassinados e outros dois ficaram feridos. A ilha fica na Baia de Vitória, próximo ao bairro Santo Antônio. Na outra margem, fica o bairro Porto de Santana, já em Cariacica. A ilha é um ponto usado por moradores das duas margens para diversão e passatempo.

No local estavam seis amigos que moravam em Santo Antônio e foram surpreendidos por bandidos, que chegaram de barco na região. Eles renderam e atiraram contra o grupo de jovens, sendo que quatro deles morrem, um conseguiu fugir e outro se fingiu de morto para escapar, já baleado.

Os mortos foram identificados como sendo o marítimo Wesley Rodrigues de Souza, 29 anos, Yuri Carlos de Souza, 23, e Vitor da Silva Alves, 19, - corpos que permaneceram na ilha - e Pablo Ricardo Lima, 21, que chegou a ser levado para o pronto atendimento por um tio, mas já deu entrada sem vida. O jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado. O outro foi baleado no pé.

MOTIVAÇÃO

 A chacina de quatro jovens na ilha Doutor Américo Oliveira, na Baia de Vitória, é o atual quebra-cabeça da Polícia Civil. Além de localizar os autores, a motivação do crime é outro ponto que deve ser desvendado. Inicialmente, a linha de apuração já trata as mortes como o resultado de uma briga entre facções criminosas que atuam no Espírito Santo.

"As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV, mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.

A sigla PCV, citada pelo delegado, é referente ao Primeiro Comando de Vitória, facção que tem sua base no Bairro da Penha, em Vitória, e ramificações em diversas cidades do Espírito Santo. A facção conta com força armada conhecida como Trem-Bala, criando ou tomando pontos de venda de drogas, além de manter relações comerciais de drogas com os traficantes aliados dessas localidades.

Já a organização criminosa em que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança, à qual o delegado se refere, seria a chamada Associação Família Capixaba (AFC). De acordo com fontes policiais ouvidas pela reportagem de A Gazeta, a Família Capixaba é, atualmente, uma facção criminosa que tenta fazer frente ao PCV e possui como um ponto forte o bairro Mucuri, em Cariacica.

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