Quatro homens foram assassinados na ilha Doutor Américo de Oliveira, na Baía de Vitória, na região de Santo Antônio, na tarde desta segunda-feira (28). A Polícia Militar afirmou que a execução foi motivada por conta de uma briga entre facções rivais da Capital e de Cariacica. Momentos antes das execuções, o grupo foi filmado no local do crime.
A Polícia Civil ainda não sabe quem fez o vídeo, que foi enviado para a reportagem de A Gazeta, mas acredita que as imagens foram registradas pelo autor (ou por um dos autores) do crime. Um sexto indivíduo que aparece na filmagem não foi identificado e a polícia ainda não sabe o que aconteceu com ele.
Três pessoas foram encontradas mortas na ilha. Uma outra vítima, Pablo Ricardo Lima, 21 anos, foi socorrida de barco pelo próprio tio, que ouviu o barulho dos disparos e foi ao local. O rapaz chegou a dar entrada no Pronto Atendimento de São Pedro, mas já chegou morto ao local.
Outras duas vítimas também foram identificadas. Yuri Carlos de Souza, que tinha 23 anos e Wesley Rodrigues de Souza, de 29. Ambos tiveram os nomes confirmados por familiares e pela equipe policial. Segundo o pai de Wesley, ele marítimo.
"Eu trabalho embarcado, assim como meu filho, e vim visitá-lo hoje (28). Desembarquei, vindo da Bahia, e logo recebi a ligação da mãe dizendo o que havia acontecido", disse o pai de Wesley, que não quis ser identificado.
"Eu recebi uma ligação no trabalho de vizinhos dizendo que meu sobrinho estava morto. Saí do trabalho às pressas e até agora eu não sei o que aconteceu exatamente. Ele costuma ir para a ilha com os amigos, muitos da infância. Mesmo que a gente soubesse que estaria fazendo algo errado, não seria nada que chegaria a isso", contou uma tia de Yuri, que também pediu para não ter o nome publicado.
Um jovem que também estava com o grupo na ilha foi atingido por dois tiros nas costas e também deu entrada no Pronto Atendimento de São Pedro, após ser socorrido por outro colega que também escapou. A vítima baleada foi transferida, posteriormente, para o Hospital São Lucas. O sobrevivente, que é menor de idade, afirma que estava pescando no local e não viu quem efetuou os disparos.
Segundo informações preliminares da Polícia Militar, a motivação dos crimes seria uma guerra de gangues. Dois grupos rivais, um de Cariacica e outro de Vitória, teriam entrado em confronto, o que teria causado as mortes.
A equipe da perícia da Polícia Civil chegou à ilha por volta das 19h35. Também esteve no local, a equipe do plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com os primeiros levantamentos, o grupo de amigos frequentava a ilha às segundas-feiras para embalar drogas.
De acordo com a capitão Delcilene, comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar, o grupo de amigos alvo dos tiros já havia sido abordado por uma equipe policial, por volta das 13h, na orla de Santo Antônio. Após serem revistados, eles foram liberados, pois nada de ilícito havia sido encontrado com eles.
Para chegar até o local do crime, o Corpo de Bombeiros utilizou um bote, já que não há acesso terrestre para a Ilha do Américo, como é conhecida pelos moradores da região. A Polícia Militar também utilizou um helicóptero para auxiliar as equipes em terra.
No fim da noite desta segunda-feira (28), a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que o coronel Alexandre Ramalho, chefe da pasta, vai dar mais detalhes sobre o crime somente na manhã desta terça-feira (29), em coletiva de imprensa que será realizada ao lado da 2ª Cia da Polícia Militar.
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