Um dos integrantes da família Ferreira Dias, que comanda o tráfico no morro da Piedade, em Vitória, será julgado na próxima segunda-feira (23). Felipe Ferreira Dias senta no banco dos réus por ter mandado executar um traficante que pertencia ao grupo rival do Morro da Fonte Grande. O assassinato aconteceu em julho de 2013, na Praça Ubaldo Ramalhete, no Centro de Vitória.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado (MPE), Felipe contou com a ajuda de três menores para executar João Mateus de Oliveira Paulo, com quatro tiros. Dois deles foram disparados quando a vítima tentava fugir do local. Foi ele, segundo a denúncia, que determinou que a execução fosse realizada. A vítima, além de fazer parte da quadrilha de traficantes rivais, estava vendendo drogas na praça onde foi morto, atrapalhando o comercio ilícito realizado pela quadrilha chefiada por Felipe.
Felipe vai responder por homicídio qualificado, realizado mediante paga ou promessa de recompensa, e feito à traição ou emboscada. Também vai responder três vezes por corrupção de menores, por ele envolvidos no homicídio. O julgamento acontecerá no Fórum Criminal de Vitória, a partir das 13 horas. O advogado de defesa de Felipe não foi localizado para se manifestar.
FAMÍLIA NO CRIME
A família de Felipe, a mãe e outros quatro filhos, foram presos em 2013. Alguns conseguiram fugir ou foram liberados, posteriormente. Eles dominam o tráfico na Piedade. Durante a prisão, o delegado Eduardo Khaddour, coordenador do GOT, informou que a mãe, Marly Ferreira Bispo, conhecida como Marly do Pó, tem cinco filhos, todos envolvidos com o tráfico de drogas. "Além de tráfico, pesam sobre os filhos de Marly acusações de homicídios. Líder da quadrilha já tem outros três filhos na cadeia", disse, na época.
Segundo relatos dos moradores da Piedade, a família de Felipe saiu fugida de um morro de Cariacica e foi morar na Fonte Grande. Lá, por desavenças, acabaram fugindo novamente para a Piedade, onde se instalaram. E de lá começaram a comandar o tráfico, disputando com gangues rivais ou conquistando espaços pelo terror.
No ano passado, a disputa por território levou a diversos conflitos, com inocentes morrendo quando os bandidos de fora do bairro tentavam disputar o território. Foi o que ocorreu na madrugada do dia 25 de março do ano passado, quando os irmãos Ruan e Damião foram mortos com mais de 20 tiros cada um. Dois meses depois, em maio, um lavador de carros de 19 anos também foi assassinado quando jantava na varanda de casa.
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