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Chefes do tráfico do ES se refugiam em 'vila capixaba' no Rio de Janeiro

Chefes do tráfico do ES se refugiam em 'vila capixaba' no Rio de Janeiro

Local formado por duas vielas na Zona Norte carioca já é conhecido pela concentração de pessoas do Espírito Santo

Publicado em 15 de abril de 2024 às 17:53

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Complexo da Penha
Bairros da Penha, Bonfim e São Benedito, sedes da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV). (Fernando Madeira)
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]

A 517 quilômetros de Vitória, uma "nova área" do Espírito Santo é formada no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Conhecida como "Vila Capixaba", a região é formada por duas vielas onde vivem não só espírito-santenses comuns, mas também chefes de tráfico e aliados. 

Os criminosos se deslocam até a região em busca de refúgio em território carioca. Pela identificação cultural, muitos procuram o local para se esconder. A maioria, segundo o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Eugênio Ricas, é envolvida com o tráfico de drogas.

Aspas de citação

É de conhecimento geral a existência da Vila, não é algo escondido. Lá vivem muitos capixabas que vão trabalhar e eles [criminosos] vão viver lá também. Se chegar no Complexo da Maré e perguntar onde fica, as pessoas vão te informar

Eugênio Ricas
Secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social
Aspas de citação

Todos eles são integrantes da facção Comando Vermelho, que, em solo capixaba, é ligada ao Primeiro Comando de Vitória (PCV), uma das maiores organizações envolvidas com o crime no Estado.

Chefes do tráfico do ES se refugiam em 'vila capixaba' no Rio de Janeiro

Ida frequente

A saída de criminosos de Vitória para a capital fluminense e outras comunidades do Rio é uma situação cada vez mais recorrente. Ao conversar com a reportagem de A Gazeta, o secretário confirmou que lideranças de facções e pessoas ligadas a elas estão indo para lá.

O motivo é a facilidade de "sumir" em meio às vielas dos morros. “Não temos um registro de quantos já foram presos. Isso porque são investigações individuais onde acabamos descobrindo a localização deles [traficantes] lá [no Rio]”, frisou o comandante da Sesp.

Exatamente pela dificuldade de os encontrar em terras fluminenses, a maioria é presa quando retorna ao território capixaba. O caso mais recente é a captura de Fernando Moraes Pereira Pimenta, conhecido como Marujo.

Comandam mesmo de longe

A PCERJ explicou que o processo de migração também acontece depois que os bandidos têm a prisão decretada, mas sem interferência no controle do tráfico: isso porque eles continuam atuando, repassando ordens por meio de outros integrantes das quadrilhas ou de advogados.

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