A Polícia Civil afirmou, nesta quarta-feira (6), que o ciclista Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, foi dopado antes de ser morto pelo filho e pela nora em Cachoeiro de Itapemirim, na semana passada. Segundo a corporação, a dopagem foi confessada em novo depoimento prestado pela nora da vítima, Beatriz Gazone de Azevedo, de 20 anos – que também teria dito que elaborou um roteiro para o crime junto do companheiro, João Vitor Brito Silva.
Em entrevista ao repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul, o delegado Felipe Vivas contou que, segundo a jovem, no dia 28 de junho, João Vitor e Duramir tiveram uma discussão, "porque ele (Duramir) queria que João fosse entregar queijos e frutas para um cliente, e ele não queria porque falou que estava muito frio".
Depois, segundo o delegado, a vítima saiu de casa para fazer ciclismo. O casal, então, começou a conversar. O jovem queria que o pai desse a casa para que ele e a namorada morassem juntos e cuidassem do filho, e dizia que o pai não deveria morar ali. Momento em que Beatriz teria dito que "a gente pode dar um jeito nisso, tem gente que cobra 500 reais para fazer isso”.
Ainda de acordo o delegado, conforme relatado em depoimento da nora da vítima, o filho de Duramir disse que não tinha coragem de fazer algo com o pai sóbrio, pois ele era muito forte. Em seguida, João teria chamado a namorada para pegar comida na casa da mãe dele, que fica ao lado, onde teriam pego duas facas emprestadas.
Ao voltarem para casa, o casal teria discutido sobre como dar fim à vida de Duramir. Segundo o delegado, Beatriz disse que tinha que dopá-lo com 20 comprimidos de dois analgésicos, misturando-os no suco e no macarrão que a vítima iria consumir. Em casa, o casal teria oferecido janta a Duramir, que aceitou.
“Em seguida, o remédio começou a fazer efeito e ele estava prestes a desmaiar. Ele foi caindo perto dela e passou a mão nas costas dela. Nisso, ela já pega a faca e desfere a primeira facada na barriga dele. Na sequência, o filho pega a outra faca e começa a desferir golpes contra o pai”, explicou Vivas.
Ainda de acordo com o delegado, um caderno com anotações foi apreendido durante as investigações. Nele estava escrito tudo o que o casal ia dizer em depoimento na delegacia. “Ela (Beatriz) assumiu que escreveu”, falou Felipe Vivas.
Detalhes como a data e a hora são informados no caderno. “Terça-feira (28), João me buscou às 18h no trabalho, viemos direto pra casa, começamos a ajeitar a casa, tirar coisas velhas...", diz um trecho.
Segundo o delegado, a conotação do crime era patrimonial, visto que o casal queria ficar com o carro e a casa de Duramir. “Como a polícia desconfiava”, destacou. Na residência também foram apreendidos R$ 20 mil reais.
Além disso, Vivas informou que a fase inicial do inquérito não descarta que há outros envolvidos no auxílio para ocultação e destruição do cadáver. “Estamos apurando ainda”, pronunciou. No entanto, já está descartada a conotação sexual que, inicialmente, havia sido apresentada.
De acordo com o delegado, com o intuito de formar um “lar perfeito”, a namorada de João falou para o companheiro que estava grávida. “Ele acreditava nisso, quando foi ouvido pela primeira vez, demonstrava muita preocupação com o filho. No entanto, essa menina acabou por afirmar que nunca esteve grávida”, contou Vivas.
Para o delegado, o que deixa a situação mais espantosa é que até roupa e enxoval para o bebê o casal estava fazendo. “Talvez no poder de convencimento dela”, disse Vivas.
O delegado comunicou, ainda, que os restos mortais de Duramir estão no Laboratório de Antropologia do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, e não há previsão de liberação. Segundo apuração do repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul, familiares e amigos aguardam para fazer o velório.
Na tarde desta quarta-feira (6), a Polícia Civil encontrou uma arma do terraço da casa da mãe de João Vitor. Segundo o delegado Felipe Vivas, Beatriz havia contado que João Vitor tinha uma arma. “Procuramos ontem na casa do pai, mas não encontramos”, disse.
Segundo Vivas, a mãe do jovem não tinha conhecimento da arma. Além disso, o objeto não tem relação com o crime praticado contra Duramir. “Ele (João) comprou depois do crime, com o dinheiro do pai. A arma custou R$ 2.400,00, como a menina disse”, completou.
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