Após publicação desta matéria, a Polícia Federal informou que 221 kg de cocaína estavam escondidos no casco no navio em Aracruz e foram apreendidos nesta segunda-feira (29), não 450 kg, como a corporação havia informado inicialmente. O texto e o título foram corrigidos.
A apreensão de 221 quilos de cocaína escondidos no casco de um navio em Aracruz, nesta segunda-feira (29), chama a atenção para o crime. Isso porque não é a primeira vez, só neste ano, que a Polícia Federal descobre drogas nessas circunstâncias aqui no Estado: em maio, outros 235 quilos foram encontrados em um Porto da Capital. Antes, em março, 40 quilos foram achados também em Aracruz. Ainda houve o caso, em maio, de um mergulhador capixaba morreu a serviço do tráfico internacional na Austrália.
Somando os três últimos casos, em apenas cinco meses, 496 quilos da droga foram apreendidos pela Polícia Federal no Estado.
"Isso reforça o 'modus operandi' das organizações criminosas que estão se valendo dos portos brasileiros – e aqui no Espírito Santo não é diferente – para mandar cocaína para Europa", pontuou o superintendente da PF no Espírito Santo, Eugênio Ricas, em entrevista à TV Gazeta.
Nesta segunda-feira (29), a PF apreendeu 221 quilos de cocaína escondidos em um navio atracado em um porto de Aracruz, Norte do Estado. De acordo com as investigações, a droga foi colocada no Porto de Santos, em São Paulo, e trazida até o Espírito Santo, onde seguiria com destino ao exterior.
"Mergulhadores da Polícia Federal realizaram a busca no casco do navio e identificaram a droga, que foi apreendida e será encaminhada à Superintendência da Polícia Federal no Estado”, afirmou o superintendente Eugênio Ricas. O caso seguirá sendo investigado, para identificar os envolvidos.
Inicialmente, a PF havia informado que 450 kg de cocaína haviam sido apreendidos, segundo a corporação, partindo da percepção de que os nove pacotes encontrados teriam o mesmo peso de apreensão semelhante ocorrida anteriormente, já que possuíam as mesmas dimensões.
“Entretanto, o peso divulgado não se verificou após a pesagem oficial. Retiradas todas as embalagens e vários pesos utilizados para a colocação da droga, verificamos tratar-se de 221 kg de cocaína”, informou a corporação, em nota de errata enviada nesta terça-feira (30).
Em 25 de maio deste ano, a Polícia Federal apreendeu 235 quilos de cocaína que estavam escondidos no casco de um navio atracado em um porto privado na Baía de Vitória. O cargueiro seguiria para a Europa, sem passar por outro porto no Brasil.
Tripulantes do cargueiro perceberam a aproximação de uma pequena embarcação durante a madrugada e comunicaram ao capitão, que acionou a PF. Os policiais seguiram para o porto e decidiram realizar uma busca completa no navio, encontrando a carga de drogas no compartimento na parte submersa do casco.
Foram identificados cinco pacotes, com cerca de 45 quilos de cocaína cada. A apreensão foi realizada com apoio de mergulhadores especializados. A droga apreendida foi levada para pesagem oficial e confecção dos laudos periciais. A Polícia Federal informou que uma investigação segue em andamento para identificar os envolvidos.
Em 6 de março, a Alfândega do Porto de Vitória flagrou 40 quilos de cocaína dentro de uma bolsa que estava amarrada ao casco de um navio atracado num porto privado de Aracruz.
O navio Raven Arrow levaria uma carga de celulose para a Holanda e sairia de Vitória com destino imediato ao exterior, sem parar em outro porto do Brasil.
A suspeita do transporte de drogas foi levantada no dia anterior, após tripulantes do navio observarem um barco, com um mergulhador, rondando o local. A agência marítima notificou a Alfândega de Vitória, pedindo o auxílio de mergulhadores para inspecionar o espaço. No dia seguinte, a PF foi ao local e fez a apreensão.
Um mergulhador capixaba, identificado como Bruno Borges, de 31 anos, morreu afogado na Austrália enquanto agia a serviço do tráfico internacional de drogas. As informações foram divulgadas pela PF em 12 de maio deste ano.
O capixaba foi encontrado morto no mar por moradores da região de Newcastle, e era investigado em uma megaoperação de combate ao comércio de entorpecentes em larga escala. Perto do corpo dele, foram encontrados 54 quilos de cocaína, avaliados em cerca de R$ 71 milhões.
Segundo a Polícia Federal, o capixaba era mergulhador profissional e teria sido contratado por traficantes internacionais para colocar uma carga de cocaína no casco de um navio para o exterior.
Durante a empreitada das forças policiais, um australiano foi preso. Na ocasião, a cooperação internacional apreendeu 179 quilos de cocaína na Indonésia e outros 104 na Austrália.
Bruno tinha família em São Mateus, Norte do Estado, e também já tinha atuado como pintor industrial. À época, em conversa com a reportagem, o pai de Bruno, o pescador Natanael Benedito Martins, de 60 anos, contou que a família é de Barra Nova, no litoral de São Mateus. O filho dizia aos familiares que atuava entre São Paulo, Rio de Janeiro e em Vitória, como mergulhador profissional, pintor e irata – quando a pessoa trabalha em altura, segurada por cordas.
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