Agosto nem sequer chegou ao fim e pelo menos três tiroteios já foram registrados durante o mês na região de Andorinhas, em Vitória. Um deles aconteceu próximo à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Izaura Marques da Silva, onde estudam centenas de crianças. Os disparos, efetuados na última segunda-feira (23), chegaram a atingir o colégio, que suspendeu as aulas presenciais à tarde.
Menos de 48 horas depois, nesta quarta-feira (25), moradores relataram terem ouvido várias rajadas de tiros e um homem foi encontrado morto em uma rua de Mangue Seco, região que fica a alguns metros do bairro. No início do mês, dia 2, outro tiroteio foi registrado. Na ocasião, uma dupla de criminosos passou de moto, efetuando disparos. Ouça:
À frente da Secretaria de Segurança Urbana de Vitória, Ícaro Ruginski afirmou que os tiroteios registrados recentemente na região de Andorinhas são consequência da "guerra do tráfico" travada na Capital — cuja maior parte do território é dominada, atualmente, por traficantes do Bairro da Penha.
Situado entre os bairros da Penha e de Andorinhas, Itararé também têm sido palco de episódios de violência. No último domingo (22), um jovem de 20 anos foi morto na praça do bairro. Exatamente uma semana antes, no mesmo lugar, também à luz do dia, um homem foi assassinado a tiros. A Polícia Civil investiga os casos.
Reféns da violência, os moradores de Andorinhas vivem sob tensão. Segundo relatos de quem convive com o cenário de guerra, os tiroteios não têm dia nem hora para acontecerem. Com medo de perderem a vida nas mãos dos criminosos, muitos evitam falar a respeito e tentam manter distância dos conflitos, na medida do possível.
Para quem vive na região, os motivos dos episódios de violência são claros: estão ligados à disputa pelo tráfico de drogas na Capital. Sem saber o que fazer, moradores das comunidades esperam um olhar mais atento do poder público.
O secretário Ícaro Ruginski admitiu a complexidade de combater crimes relacionados ao tráfico. "Muitas vezes, as pessoas não querem se envolver ou denunciar. Então, é importante ter imagens dessas ocorrências, mas não adianta simplesmente colocar uma câmera, porque os traficantes vão lá e tiram", disse.
Ainda assim, para tentar identificar criminosos e inibir tiroteios e homicídios, o município instalou cinco aparelhos de videomonitoramento na região, um deles em Andorinhas. A instalação, segundo o secretário, acontece em pontos estratégicos para ter maior eficiência e abrangência em relação à área filmada.
De acordo com Ícaro Ruginski, a Secretaria de Segurança Urbana de Vitória tem atuado junto à Polícia Militar e à Polícia Civil. "Temos conversado com os delegados e com o chefe do Departamento Especializado de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) e intensificado o patrulhamento, assim como a PM", afirmou.
No início desta semana, ele também garantiu que seriam feitas vistorias técnicas na região de Andorinhas e Itararé, com o objetivo de identificar ações para melhorar a segurança. Reforços da Guarda Municipal também estariam presentes nos horários de entrada e saída de alunos na escola.
Em nota, a Polícia Militar ressaltou que realiza policiamento ostensivo em todo o bairro de Andorinhas, dia e noite. "No local, são realizadas constantes operações com o intuito de reprimir a criminalidade. No entanto, a impossibilidade de onipresença gera oportunidades, que são aproveitadas para a prática de crimes", informou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta