Enquanto o Espírito Santo vivencia uma explosão de casos de assassinatos — sendo o mês de agosto o mais violento do ano, com 108 homicídios registrados — Colatina, o maior município do Noroeste do Estado, comemora a redução em seus índices de criminalidade e não registra homicídio há quatro meses.
Os bons números também se refletem na comparação com outros municípios do Espírito Santo. Considerando as 12 cidades capixabas com mais de 50 mil habitantes, Colatina é a que tem o menor número de assassinatos entre janeiro e agosto de 2021.
Colatina conta, até o mês de agosto, com seis homicídios registrados em 2021. No mesmo período de 2020, foram contabilizados dez assassinatos. “Tivemos reduções consideráveis, saindo da margem de mais de 30 homicídios por ano para chegar a 13 em todo no ano passado, e neste ano, com redução de 40%, com seis registros nesse período", afirmou o capitão Balbino, comandante da 1° Companhia e Força Tática da Polícia Militar de Colatina.
Segundo a PM, essa redução é consequência das ações de combate ao tráfico de drogas. Em 2021, segundo a corporação, foram apreendidos 61 kg de maconha, seis mil buchas da droga e mais de 10 mil pedras de crack. Além disso, 456 pessoas foram detidas nessas ocorrências e 108 armas apreendidas no mesmo período.
Na avaliação do titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina, Deverly Pereira Junior, a retirada das armas irregulares das ruas também contribui para a redução dos homicídios. O delegado reforça que o caminho para reduzir ainda mais esse número é intensificar o trabalho conjunto entre as polícias Civil e Militar para impedir as disputas pelo tráfico, que acabam resultando em assassinatos.
A importância do trabalho conjunto também foi lembrada pelo secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho. Ele destacou que os bons números de Colatina são fruto de um trabalho realizado pelos agentes das polícias Civil e Militar, além da integração com as autoridades municipais. “Queremos destacar a gestão local de segurança e a integração entre os policiais e motivação deles, que resulta na apreensão de armas e drogas e em abordagens”, destacou.
Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e diretor de integração do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira concorda com o delegado e o secretário quanto aos impactos positivos da integração das forças de segurança na redução de assassinatos em Colatina.
Mesmo com a redução das taxas de criminalidade, a Polícia Civil destaca que as drogas ainda são a principal causa dos homicídios em Colatina. Das seis mortes registradas, quatro tiveram relação com o tráfico de entorpecentes. As outras duas mortes foram crimes passionais, incluindo um feminicídio.
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