Por temer pela própria vida, Gabrielly Mennas da Silva, de 30 anos – morta a tiros dentro de casa na noite desta quarta-feira (4) no bairro São Judas, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo – já havia pedido, na Justiça, uma medida protetiva contra o ex-companheiro – Carlos Magno Farias Ramos, procurado pela polícia–, que não aceitava o fim do relacionamento. Horas antes do crime, durante a tarde, o homem descumpriu a determinação judicial e apareceu no trabalho da vítima a ameaçando de morte.
Segundo a Polícia Militar, o suspeito pulou o muro da residência e efetuou os disparos contra Gabrielly. Imagens registradas por câmera de segurança mostram uma criança correndo e, momentos depois, Gabrielly também aparece tentando subir as escadas do imóvel, mas acaba atingida e cai baleada. Os tiros também quebraram a porta de vidro da casa.
Gabrielly chegou a ser socorrida para o Hospital Silvio Avidos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. De acordo com testemunhas, após realizar os disparos, o homem fugiu em um carro de cor preta, Equipes da PM fizeram buscas, mas o suspeito não foi localizado.
O irmão de Gabrielly, Felipe Mennas, relatou em entrevista à TV Gazeta que durante a tarde desta quarta-feira, o ex-companheiro da irmã dele teria ido até o local de trabalho dela e feito ameaças de morte contra ela. A mulher chamou a polícia, foi levada para outro local, mas depois acabou voltando para casa. No Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo consta o comunicado de descumprimento de medida protetiva.
Nas redes sociais, Gabrielly já havia compartilhado prints de conversas com o ex-companheiro em que o homem faz ameaças contra ela. Em uma das mensagens, o suspeito diz: “Vou dar um tiro na sua testa no meio de todo mundo”.
Gabrielly deixa duas filhas de outro relacionamento. Segundo a família dela, o casal ficou junto por cerca de seis meses e, após ela romper com o homem, ele não aceitava o fim do namoro.
“Eles tiveram muitas brigas enquanto estavam juntos. Um relacionamento bem conturbado. [...] Já socorremos ela diversas vezes. Tiramos ela de dentro de casa para que não acontecesse isso E no início desta semana eles brigaram, e infelizmente ele fez isso”, afirmou o irmão de Gabrielly.
A Polícia Civil informou que o corpo da vítima foi encaminhado para o Serviço Médico Legal (SML) de Colatina, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares. O caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina.
"O suspeito já está identificado, porém, até o momento não foi detido. Segundo o titular da DHPP de Colatina informou que o suspeito possui condenações por crimes de roubo, tráfico de drogas, lesão corporal, ameaça e vias de fato. A população pode denunciar através do Disque-denúncia (181) qualquer tipo de irregularidade, ilegalidade ou repassar informações que ajudem as polícias na elucidação de delitos ou infrações. A ligação é gratuita e pode ser realizada em qualquer município do Estado", afirma a nota.
Em atualização nesta sexta-feira (6), a PC de Colatina confirmou que já há um mandado de prisão feminicídio, ou seja, homicídio cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, contra Carlos, e que o suspeito ainda não foi localizado.
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