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Comerciante da Grande Vitória perde R$ 1.500 no "golpe da novinha"

Comerciante da Grande Vitória perde R$ 1.500 no "golpe da novinha"

Homem acreditou ter trocado fotos íntimas com uma adolescente, quando suposto pai entrou em contato, exigindo dinheiro; caso é investigado

Publicado em 24 de junho de 2021 às 19:46

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Homem que sofreu o golpe preferiu não se identificar, mas deu entrevista à TV Gazeta
Homem que sofreu o golpe preferiu não se identificar, mas deu entrevista à TV Gazeta. (Reprodução | TV Gazeta)

O chamado "golpe da novinha" – que consiste em uma extorsão praticada após um homem adulto, normalmente de meia-idade, trocar fotos íntimas com uma suposta adolescente – fez mais uma vítima no Espírito Santo. Desta vez, um comerciante da Grande Vitória que chegou a perder R$ 1.500.

Em entrevista à repórter Gabriela Martins, da TV Gazeta, ele contou que a falsa amizade começou pelas redes sociais e migrou para um aplicativo de mensagens. Por lá, ele recebeu fotos nuas da jovem e acabou enviando algumas dele. Era o que os criminosos precisavam. Pouco depois, o suposto pai dela apareceu na conversa e o ameaçou, dizendo que tratava-se de uma menor de idade.

Aspas de citação

No outro dia, acordei com o suposto pai dessa jovem, dizendo que ela tinha 16 anos, era virgem e tinha problemas psicológicos e perguntando o que eu tinha feito com a filha dele. Ele disse que ela precisava de tratamento psicológico, em uma clínica que custava R$ 9 mil e que precisaria urgentemente de R$ 4,5 mil para dar entrada no tratamento

Morador da Grande Vitória
Não quis ser identificado
Aspas de citação

Pressionado e com medo de ser denunciado, o comerciante acabou transferindo parte do valor exigido. Ele só percebeu que era um golpe quando uma terceira pessoa, que disse ser advogado da família, entrou em contato exigindo mais dinheiro. Então, ele contou tudo para os parentes e acionou a polícia.

No entanto, o pesadelo não parou e as tentativas de extorsão continuaram, com uma pressão psicológica maior. Os criminosos começaram a criar perfis falsos do comerciante e a procurar familiares e amigos dele. "Avisei todos os meus irmãos, meus parentes e minha esposa para não aceitarem o pedido de amizade. Eles tentaram com todos", contou.

Primeiro print screen: é possível ver o envio de fotos íntimas pela suposta jovem(Reprodução | TV Gazeta)

O desespero só acabou quando ele bloqueou os contato dos bandidos. Todos os prints (capturas de tela) das conversas foram entregues à Polícia Civil. Atualmente, o caso dele está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, comandada pelo delegado Brenno Andrade.

"As pessoas que forem vítimas desse tipo de golpe devem registrar a ocorrência junto à toda materialidade. Ou seja, prints e conversas. Se eventualmente você fizer um depósito, também junte isso na ocorrência. A partir dessas provas, vamos começar a investigação", orientou, ressaltando que os criminosos às vezes usam fotos de investigadores e delegados reais.

Vítima do
Vítima do "golpe da novinha" registrou o crime junto à Polícia Civil, conforme orientação das autoridades. (Reprodução | TV Gazeta)

Ainda de acordo com o delegado, o número de telefone usado pelos golpistas tem, normalmente, o DDD do Rio Grande do Sul. Ele também pede para que as vítimas não façam transferência bancária e procurem uma delegacia o mais rápido possível. Além de ter atenção especial a amizades com desconhecidos na internet.

HOMEM PERDEU QUASE R$ 22 MIL NO NORTE DO ES

Em setembro do ano passado, um morador de Linhares também foi vítima do "golpe da novinha". Ele perdeu quase R$ 22 mil por medo e vergonha de ser exposto. O fato foi confirmado pela Polícia Civil, que investiga o caso, e informou que o homem tinha 43 anos de idade e morava no bairro Jardim Laguna.

Na mesma época, outras dezenas de homens já tinham caído no golpe, segundo o delegado Fabrício Lucindo, que é chefe da Delegacia Regional de Linhares. Segundo ele, os criminosos têm como público-alvo homens casados com 40 anos ou mais. Em geral, os valores exigidos variavam entre R$ 500 e R$ 8 mil.

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