Após o roubo cerca de 5 toneladas de queijos em Minas Gerais, a Polícia Civil do Espírito Santo fez a terceira prisão de envolvidos no caso. Na última quarta-feira (23), um comerciante de 55 anos foi preso no bairro Jardim Guadalajara, em Vila Velha, por receptação qualificada após comprar cerca de 800 quilos do laticínio roubado. Para a polícia, ele assumiu o risco de cometer crime ao comprar o produto sem nota fiscal e com valor bem abaixo do comercializado no mercado.
A carga de cerca de 5 toneladas de queijo foi roubada na cidade mineira de Pocrane, no dia 25 de março de 2020. No dia 15 de abril, a polícia fez a primeira prisão: um comerciante de 36 anos de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha, que já possui passagem por receptação. Ele, que é dono de um pequeno mercado, estava com cerca de 800 quilos do queijo roubado.
Depois, cerca de 700 quilos do queijo roubado foi recuperado pela Polícia Civil do Espírito Santo durante ação realizada na noite da última segunda-feira (20), em Guarapari. No local, a polícia descobriu quem tinha realizado o contrato de locação: um comerciante de 33 anos, dono de uma pizzaria.
De acordo com o delegado Gianno Trindade, titular da Delegacia Especializada de Crimes Contra o Transporte de Cargas (DECCTC), o comerciante fez o contrato de locação apresentando uma nota fiscal forjada. Ele foi autuado, também no dia 20, por receptação qualificada e encaminhado para a triagem no presídio de Viana.
"Nossa investigação mostrou que essa carga de Minas, essa totalidade de 5 toneladas, teria sido toda armazenada no galpão de Guarapari. Mas que a totalidade já não estava mais lá, restando apenas 700 quilos. Ontem (22), ainda durante investigação, chegamos a um comerciante de Vila Velha, em Jardim Guadalajara, que estava comercializando 822 quilos desse queijo. Ele é dono de uma loja de fatiados e tem 55 anos. Foi dada voz de prisão por receptação qualificada. Totalizando, até agora, a apreensão de 2,3 toneladas de queijo roubado", disse.
A Polícia identificou, ainda, a pessoa responsável por trazer a carga roubada de Minas Gerais para o Espírito Santo. Agora a PC trabalha para qualificar e prender o mineiro. A polícia afirma que ele já frequentava o ES e já conhecia alguns comerciantes. "Ele passava o valor do quilo por R$ 11, quando, na verdade, seria R$ 15,80. Em termo de tonelada, é muito dinheiro. Para o comerciante é atrativo, ele não paga imposto e é mais barato", explicou.
Todos os detidos foram autuados por receptação qualificada por usarem a carga roubada para fins comerciais. A pena pelo crime pode ir de três a oito anos.
"Eles alegam que não sabiam que a carga era roubada, mas duvido. A receptação tem uma tipificação que fala do dolo eventual. Eles assumiram o risco ao comprarem mercadoria com preço mais barato e sem os trâmites necessários, como a exigência de nota fiscal. Dessa forma, o comerciante assume o risco da origem ilícita do produto. É a sunção do risco. Se ele faz a compra à margem, é porque ele já desconfia que a origem é duvidosa", afirmou.
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