O momento de confraternização da virada de ano virou um pesadelo para uma comerciante de 34 anos na madrugada da última terça-feira (1º). A mulher foi agredida pelo namorado, um ex-servidor público da Serra, de 40 anos, após uma crise de ciúmes. Ela levou vários golpes após uma discussão e conseguiu uma medida protetiva pedindo o distanciamento dele.
Nem a mulher e nem o suspeito de agressão serão identificados pela reportagem por motivos de segurança da vítima. À reportagem, a comerciante contou que estava em uma festa de Ano-Novo na casa de uma amiga, com o namorado e a filha de 15 anos.
No final da festa, minha amiga pediu para que a gente dormisse na casa dela, porque a gente tinha bebido e seria arriscado dirigir. Minha filha ficou em um quarto e eu fui dormir em outro quarto. Quando o abracei, na hora de dormir, ele me deu um soco e disse que eu estava dando mole para outros homens na casa durante a festa", contou.
Ainda segundo a comerciante, após a agressão, o namorado teria dito que iria embora e que se jogaria da janela. Ele pegou meu celular e saiu correndo. Eu fui atrás. Na hora que ele estava pulando o muro, eu consegui puxar o aparelho do bolso dele. Ele voltou e conseguiu me alcançar na escada. Tudo aconteceu em muito silêncio até que a gente retornou para o quarto e teve uma quebradeira. Eu levei uma pancada na cabeça e saiu muito sangue, lembrou.
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HISTÓRICO DE AGRESSÕES
A comerciante conta que conheceu o acusado em 2016. Eles começaram a namorar em setembro daquele ano. As agressões verbais, por causa de ciúmes, teriam começado três meses depois. A primeira agressão física aconteceu no quarto mês de namoro.
Na primeira agressão, fiquei três dias sem trabalhar por causa do olho roxo, mas ele mesmo contou que foi no meio de uma briga, que a gente tinha tomado um vinho e eu caí. Ele foi me imobilizar e bateu o cotovelo no meu olho, sem querer. Nunca aconteceu nada parecido na minha vida, não denunciei na primeira vez, explicou.
A vítima acreditou que a situação não aconteceria novamente, mas as agressões verbais continuaram, assim como as agressões físicas em algumas ocasiões. Eu fiz a queixa. Fui na delegacia e denunciei ele e logo em seguida teve outra agressão, durante uma viagem. Na estrada, durante a volta, ele chegou a me ameaçar de morte e me tirou do carro em um momento, detalhou.
Em maio de 2017, a comerciante viajou para Portugal por causa do relacionamento conturbado. Ela morou seis meses no exterior. Mesmo longe do então ex-namorado, ela sempre recebia mensagens do ex-servidor público pedindo para que ela voltasse e retirasse todas as queixas contra ele.
A gente voltou a se falar. Depois falei que não queria dar andamento na denúncia para ajudar ele por causa de um cargo que ele estava pretendendo. Ele tem uma grande capacidade de manipular e de fazer uma pressão psicológica. Ele desconstruiu todas as agressões e tudo o que aconteceu e tentava mostrar que a gente era uma família. Nunca imaginei que um homem iria conseguir fazer isso comigo, desabafou.
No Ano-Novo, veio o que para ela foi o ápice de toda a situação, na festa na casa de uma amiga. Ela não chamou a polícia na hora, mas procurou a Delegacia da Mulher, em Vitória, no dia seguinte para fazer a denúncia. Minha filha nem está ficando aqui comigo esses dias. Ela ficou em estado de choque, salientou.
A comerciante diz que agora quer apenas a distância do acusado e espera que a medida protetiva ajude-a. Ainda não sei se ele foi notificado, mas para mim já está valendo, finalizou.
O OUTRO LADO
O ex-servidor público foi procurado para comentar o caso, mas não atendeu as ligações da reportagem.
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