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Comerciante que tentou aplicar golpe bancário é preso em Colatina

Comerciante que tentou aplicar golpe bancário é preso em Colatina

Segundo a polícia, o homem de 33 anos tentou abrir contas falsas para obter empréstimos em um banco digital, que desconfiou e denunciou o caso em abril. O comerciante foi preso na sexta-feira (11), pagou fiança de R$ 5 mil e responderá em liberdade

Publicado em 15 de junho de 2021 às 13:17

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Colatina
na casa do golpista, a polícia ainda apreendeu diversos cartões falsos, celulares, máquinas de cartão e ainda dinheiro em espécie. (Divulgação/Polícia Civil)

A polícia identificou e prendeu um comerciante de 33 anos que tentou aplicar golpes bancários que, somados, atingiriam o valor de quase meio milhão de reais em um banco digital. A prisão ocorreu na última sexta-feira (11), no bairro Santo Antônio, na cidade de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. O acusado do golpe foi preso em casa, em flagrante, pelo crime de associação criminosa, mas pagou fiança e foi liberado para responder em liberdade. As investigações foram lideradas pelo delegado Brenno Andrade, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC).

Na manhã desta terça-feira (15), o titular da DRCC detalhou como o criminoso agia. O comerciante, que não teve o nome divulgado, usava de dados de pessoas de diversas regiões do país para abrir contas e conseguir cartões falsos na tentativa de obter empréstimos, que nunca seriam pagos caso o golpe não fosse descoberto a tempo.

Brenno Andrade explicou que foi o próprio banco digital que buscou a delegacia no mês de abril, desconfiando da atitude do acusado. Com a denúncia em mãos, as investigações foram iniciadas, resultando na prisão do homem cerca de dois meses após tomar ciência do caso.

"O banco tomou conhecimento da abertura dessas contas e, antes dele conseguir realizar as transações bancárias de valores obtidos por empréstimos executados com cartões de crédito, (o banco) procurou nossa delegacia, informou os dados relativos ao correntista. A delegacia iniciou a investigação e, na última sexta-feira, com um mandado de busca e apreensão, o prendemos na residência dele", explicou o delegado.

MATERIAL APREENDIDO

Caso o banco não percebesse a tentativa de fraude, o prejuízo causado seria de cerca de R$ 400 mil – valores levantados nos empréstimos falsos. Foram 20 tentativas de créditos no valor de R$ 20 mil cada, o que levantou a suspeita do banco. Na residência do criminoso, a polícia encontrou muitos cartões de créditos falsos, celulares, maquinas de cartão e dinheiro em espécie. Todo o material foi apreendido.

"No local, encontramos diversos cartões, fotos no celular deste indivíduo de documentos de identidade e CNH's, e ainda participação dessa mesma pessoa em grupos de troca, venda e comercialização de dados bancários de terceiros em todo o Brasil. Em função disso, foi dada voz de prisão a ele por associação criminosa, pois também associou outras pessoas para crimes de estelionato. Ele acabou detido em flagrante e conduzido a delegacia, onde permaneceu calado. As provas contra ele, entretanto, são contundentes", complementou Brenno Andrade.

Colatina
Os dados bancários de terceiros eram obtidos em grupos de troca de mensagens e banco de dados na internet. (Divulgação/Polícia Civil)

As investigações vão continuar para a identificação de outras pessoas por participação no crime. O comerciante pagou fiança no valor de R$ 5 mil, está em liberdade e vai responder pelo crime cometido.

MUDANÇA NA LEI

Na coletiva, o chefe da DRCC lamentou uma atualização recente na configuração do crime de estelionato, que necessita agora de representação para ser configurado. Nas palavras dele, tal medida favorece o infrator.

"Anteriormente, quando a polícia chegava a um local e encontrava uma quantidade grande de cartões, como é este caso, era dada voz de prisão por estelionato. No entanto, uma modificação da lei, infelizmente passou a considerar o crime de estelionato condicionado a uma representação. Ou seja, a vítima precisa ir à polícia e dizer que quer representar contra uma pessoa. Foi uma mudança legislativa, não concordamos com ela porque beneficia o criminoso, mas a lei e está aí e é assim que a polícia vai agir", pontuou Andrade.

Polícia
O delegado Brenno Andrade, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, chefiou as investigações. (Divulgação/Polícia Civil)

Ainda segundo o delegado, como no local não havia nenhuma vítima, nem mesmo os nomes que apareciam nos cartões, o investigado não pode ser preso por estelionato, apenas por associação criminosa.

Brenno Andrade ainda explicou que os dados bancários de terceiros são facilmente comercializados através de aplicativos de troca mensagens ou internet, onde existem bancos de dados mais elaborados até que o da própria polícia, pois ocorrem em âmbito nacional. "Já encontrei até mesmos meus dados pessoais em um destes bancos de informações disponíveis aos criminosos", diss.

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