A prisão do jovem de 16 anos, que confessou ter sido o autor dos disparos que mataram três pessoas em um ataque a duas escolas em Aracruz, aconteceu quatro horas após o crime, às 14h. A identificação do atirador foi feita pelo carro utilizado no atentado, ainda que a placa tenha sido coberta por ele com fita adesiva.
Por meio do cerco inteligente de segurança de Aracruz, o veículo foi identificado e as equipes da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal cercaram a casa para onde o atirador fugiu após o crime. O carro e o suspeito foram encontrados na casa dos pais do jovem, em uma região conhecida como Sapolândia, no bairro de Coqueiral de Aracruz.
A polícia chegou à identidade do atirador por causa do carro, um Renault Duster dourado. O responsável pelo núcleo de comunicação da PRF, Izaque Rohr, informou que os números das placas do veículo usado foram fundamentais para a localização do suspeito.
"A partir das placas, o nosso setor de inteligência identificou o proprietário e monitorou o veículo. A casa onde o suspeito estava foi cercada por policiais militares, civil e pela PRF. O suspeito, a princípio, não resistiu a prisão devido à quantidade de policiais que o cercavam", afirmou Rhor.
A casa onde o adolescente foi preso fica a 4 minutos de carro da Escola Estadual Primo Bitti, onde duas professoras foram mortas. O jovem teria arrombado um cadeado nos fundos da escola, que dá para uma região de mata. Ele caminhou cerca de 20 metros até ter acesso à sala dos professores, onde fez os primeiros disparos.
Além das duas professoras, outras nove profissionais da educação foram atingidas. No momento do crime, a sala estava cheia, já que era o horário do recreio. Já na segunda escola, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ele atirou em uma menina de 12 anos, que morreu no local, além de dois outros estudantes, que ficaram feridos, mas sobreviveram.
Após fazer o cerco à casa do acusado, a polícia aguardou, de acordo com a Polícia Civil, por um amparo jurídico para que pudesse entrar na residência. O pai do atirador é militar. As armas utilizadas pelo jovem eram um revólver calibre 38 particular e uma pistola calibre 40 que pertence à Polícia Militar. A pistola teria sido utilizada na Primo Bitti, enquanto o revólver foi utilizado no CEPC.
Segundo a Polícia Civil, o jovem entregou o uniforme camuflado que utilizou durante o ataque. No braço havia uma bandeira com a suástica, símbolo que remete ao nazismo. Nas redes sociais, o pai do jovem publicou uma foto com o livro Minha Luta, autobiografia de Adolph Hitler.
Em conversa com os investigadores, o atirador disse que planejou o atentado por dois anos. Ele era aluno da Escola Primo Bitti, mas foi transferido para uma outra unidade em junho. De acordo com o secretário Estadual de Educação, Vitor de Ângelo, ele não tinha nenhuma anotação que pudesse ser algum indício de atos violentos.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, José Arruda, o atirador fazia tratamento psiquiátrico. “Ele não tinha nenhum alvo definido, ele atirou em quem encontrou pelo caminho”, afirmou. Não está descartada a participação do jovem em grupos extremistas pela internet.
A Polícia Civil vai iniciar uma investigação para tentar descobrir o que motivou o crime. Serão feitas buscas em meios eletrônicos e se houve a participação de outras pessoas que deram suporte ao crime, ainda que de forma digital, por grupos na internet.
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