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Como era o bunker usado por Marujo para se esconder na casa do pai em Vitória

Como era o bunker usado por Marujo para se esconder na casa do pai em Vitória

Fernando Moraes Pereira Pimenta estava em um esconderijo na parte de cima de um dos cômodos da residência; ele foi preso nesta sexta-feira (8)

Publicado em 8 de março de 2024 às 15:00

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O traficante Fernando Moraes Pereira Pimenta, conhecido como Marujo e considerado o criminoso mais procurado do Espírito Santo, estava há pelo menos cinco meses em solo capixaba. Nesse tempo, ele não saía e nem dormia muito: ficava sempre na casa do pai, no bairro Bonfim, na Capital. Quando havia alguma operação policial, ele se escondia em um bunker no quarto andar do imóvel, com um cilindro de oxigênio, para conseguir respirar. Foi nesse local que ele foi encontrado e preso, nesta sexta-feira (8)

De acordo com a polícia, o esconderijo ficava no último andar da casa do pai dele, em um cômodo que funcionava como se fosse um bar. Para chegar ao, era preciso ir até o quarto da madrasta, onde havia dois fios na parede. Ao encostar um fio no outro, a tampa do alçapão abria.

A partir daí, Marujo subia em uma escada e acessava o bunker. Lá dentro ficava um cilindro de oxigênio, para que ele conseguisse respirar. No momento da prisão, também havia um fuzil 5.56 e munições com o traficante. De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Eugênio Ricas, o equipamento é considerado uma "arma de guerra".

Segundo os delegados que atuaram na prisão, não dá para mensurar ao certo por quanto tempo Marujo conseguia ficar no esconderijo usando o cilindro de oxigênio, mas era o suficiente para ele se esconder quando acontecia alguma ação policial pelo morro, como nas deflagradas nas muitas incursões da Operação Sicário. O interior era apertado: lá dentro, ele precisava ficar deitado ou agachado.

E como conseguiram encontrar?

O delegado Romualdo Gianordoli, superintendente de Polícia Especializada (SPE), explicou que estavam focando quase exclusivamente em monitorar o Marujo há cerca de quatro meses. Eles sabiam que o traficante estava naquela casa, mas não sabiam exatamente onde ficava o esconderijo.  

Os familiares negavam a todo o tempo, e diziam que Marujo estava, na verdade, no Rio de Janeiro.

"Nós confiávamos que ele estava naquela casa. A família não dava nenhuma dica de onde ele estava, começamos a procurar rejuntes e tudo mais, até que conseguimos ver um alçapão e (ouvimos) ele verbalizar, então a gente tinha certeza que ele estava lá. Nós cercamos tudo. A gente teve que fazer uma estratégia porque não sabíamos se ele reagiria. Então falamos que quem estava batendo no buraco era o pai dele, se ele reagisse iria matar o pai. O pai dele foi batendo e a gente ficou vigiando", detalhou Gianordoli. 

Casa já foi alvo há 2 anos

Em 2022, a casa do pai de Marujo já tinha sido alvo de buscas. À época, durante a operação, o próprio traficante ligou por chamada de vídeo para uma tia e pediu para falar com o delegado Marcelo Cavalcanti, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, mas o policial não quis atendê-lo. Ele disse que o pai poderia passar mal devido à ação.

Na ocasião, os policiais chegaram a fazer um furo em uma das paredes e encontraram um esconderijo atrás de um guarda-roupa, em um quarto da residência. Era um vão de aproximadamente 30 centímetros de largura, provavelmente usado por criminosos para fugir de buscas policiais. Confira:

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