A quadrilha que deu golpe de R$ 1,2 milhão na Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), em Jaguaré, no Norte do Espírito Santo, tinha uma articulação que envolvia até um funcionário da empresa. Ao todo, seis pessoas já foram presas acusadas de envolvimento na organização criminosa.
Os detalhes do golpe foram divulgados nesta sexta-feira (1º), pela Polícia Civil. Antes de tudo, é importante entender como funciona a cooperativa: ela recebe a produção de café dos cooperados, padroniza e armazena. Assim, o dono do produto pode ir até lá quando preferir e vender as sacas, recebendo o dinheiro.
A partir disso, os criminosos estavam indo à empresa, com documentos falsos, se passando por cooperados e solicitando a venda de sacas de café. No dia 6 de junho, um trio acabou preso enquanto tentava aplicar o golpe, porque os funcionários acabaram desconfiando dos documentos.
“Eles já tinham estado na cooperativa na semana anterior, vendendo uma grande quantidade de café. Quando chegaram na outra semana, os funcionários desconfiaram e chamaram a polícia”, explicou Gabriella Zaché, delegada de Jaguaré.
Foi a partir dessa prisão que a polícia começou a investigar e descobriu todo o esquema, prendendo mais três pessoas, que não tiveram os nomes divulgados.
No dia 14 de junho, um agricultor de 37 anos foi capturado enquanto chegava em casa, em Vila Valério. Ele era responsável por captar pessoas para aplicarem o golpe.
No dia seguinte, um jovem de 28 anos foi preso em Santa Cruz Cabrália, na Bahia. Ele era quem fabricava os documentos falsos, que, de acordo com a polícia, eram de alta qualidade.
O último a ser preso foi um funcionário da Cooabriel, de 27 anos, no dia 24 de junho. “Ele passava para os demais membros do grupo informações de cooperados que não estavam vendendo sacas por algum tempo, para que eles se passassem por esses cooperados”, detalhou a delegada Gabriella.
O funcionário foi preso a caminho de uma academia em Vila Valério. A reportagem da TV Gazeta entrou em contato com a Cooabriel. Por nota, a empresa informou que “continuará acompanhando o andamento do caso”.
As investigações apontaram que o falsificador dos documentos levava uma vida de luxo. Ele morava em um condomínio de alto padrão em Porto Seguro, na Bahia, e foi preso enquanto ia para a praia.
“Com ele foi apreendido celular e um HD. Verificamos vários documentos que já haviam sido falsificados e negociações de documentos falsos com outras pessoas. As investigações continuam para a gente identificar se essa associação ou outra aplicou outros golpes à cooperativa”, pontuou a delegada.
Antes de serem pegos, os criminosos haviam aplicado cinco golpes na cooperativa. De acordo com a polícia, o primeiro foi de R$ 246 mil. O segundo, de R$ 81 mil, o terceiro de R$ 132 mil, o quarto de R$ 292 mil, e o último de mais de R$ 400 mil.
Dos seis presos, cinco já tinham passagem por estelionato. Além desse crime, eles vão responder por associação criminosa e falsificação de documentos. Dois carros foram apreendidos e as contas bancárias dos acusados foram bloqueadas.
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