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Como sair da mira de bandidos que fazem sequestros por causa do Pix

Como sair da mira de bandidos que fazem sequestros por causa do Pix

Facilidade para transações ganha cada vez mais adeptos, porém desperta a atenção de criminosos. Delegado dá algumas dicas de prevenção

Publicado em 11 de novembro de 2022 às 15:12

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

A grande praticidade do Pix para transações financeiras na palma das mãos e sem taxas torna raro encontrar quem não seja adepto do famoso "pagamento instantâneo". Mas a popularidade e facilidade do sistema coloca o usuário ainda mais na mira dos bandidos. Se antes os criminosos obrigavam as vítimas a fazerem saques em caixas eletrônicos, hoje é cada vez mais comum o crime na base do "touch": você, o seu celular e a transferência sob ameaça.

No Espírito Santo, por exemplo, dois casos tiveram grande repercussão em menos de um mês: o mais recente ocorreu em Jardim da Penha, Vitória, quando uma grávida foi abordada enquanto saía com o carro da garagem de um prédio. O outro foi o rapto de um empresário feito refém ao sair da academia na Praia do Canto.

O que fazer?

Diante da frequência desse tipo de crime, fica a dúvida: dá para se prevenir? O delegado Érico Mangaravite, titular do 3º Distrito Policial de Vitória, conversou com A Gazeta e deu algumas dicas, entre elas, de que esse tipo de delito ocorre quando os bandidos veem fragilidade ou oportunidade "deixadas" pelas vítimas. 

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Essas abordagens, pelo que a gente percebe quando faz a análise das imagens e encontra as vítimas, normalmente acontecem em momentos de maior vulnerabilidade do condutor: quando vai estacionar ou sair com o carro, quando vai abrir ou fechar o portão

Delegado Érico Mangaravite
Titular do 3º Distrito Policial de Vitória
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Por isso, é importante redobrar a atenção nesses momentos: os criminosos costumam escolher as vítimas mais distraídas. "O ideal é tentar fazer essas transições para a garagem e para o carro o mais rápido possível. Se a vítima redobra a atenção e tenta aumentar as condições de segurança, a probabilidade de acontecer é menor", pontuou.

E o Pix?

Em casos em que as táticas de prevenção não foram suficientes e a pessoa acabou abordada por criminosos, sendo obrigada a fazer transferências bancárias, a recomendação é não reagir, e assim evitar uma ação mais violenta do suspeito.

No entanto, para o prejuízo em relação às transferências via Pix ser menor, a principal ferramenta está na manutenção do limite máximo diário que o próprio usuário pode deixar configurado.

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É possível que o usuário do serviço ajuste no próprio aplicativo do banco os limites diários. Alguns bancos já estabelecem um limite padrão. O ideal é que a pessoa acesse o aplicativo, verifique o limite estabelecido e, se o valor estiver muito elevado, diminua

Delegado Érico Mangaravite
Titular do 3º Distrito Policial de Vitória
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Configurações

No aplicativo do banco, normalmente esse padrão pode ser modificado na área do Pix, em "Meus limites", ou nas configurações, na seção de "Limites diários".

"É bom a pessoa se questionar: meu limite diário é de R$ 10 mil, eu faço uso desse valor? Então para que mantê-lo? É bom reduzir o limite para um valor que você costuma utilizar nas transações do dia a dia e, caso em algum momento precise fazer uma transferência maior, se programar para aumentar o limite — que geralmente precisa ser feito com ao menos um dia de antecedência. Desse modo, a pessoa vai ter prejuízo caso seja vítima? Sim, mas não vai ter um prejuízo tão grande", pontuou Mangaravite.

A importância do BO

O delegado comentou que não notou um aumento de ocorrências de sequestro-relâmpago no Estado, mas ressaltou que é muito importante que as vítimas registrem boletim de ocorrência para que os suspeitos sejam localizados e o crime mapeado. "Nós sabemos que é um momento complicado, a pessoa fica nervosa. Mas é muito importante que a vítima registre a ocorrência para que possamos procurar imagens o mais rápido possível. Às vezes aconteceu próximo a um estabelecimento comercial e podemos pegar imagens de videomonitoramento, mas alguns estabelecimentos costumam apagar as imagens com o tempo, então se demorarmos muito podemos perder essas pistas", explicou.

Sequestro em Jardim da Penha

Uma mulher grávida de oito meses foi vítima de um sequestro-relâmpago quando saía de carro da garagem de um prédio em Jardim da Penha, Vitória, na tarde do dia 9 de novembro. O criminoso, que estava armado, entrou no veículo e circulou pelo bairro com a vítima. Durante o trajeto, ela foi obrigada a fazer transferências via Pix para contas ditadas pelo assaltante.

No total, a mulher transferiu R$ 3 mil para três pessoas diferentes. Segundo reportagem da TV Gazeta, o criminoso ficou cerca de 20 minutos com a mulher e teria dito que, se ela não estivesse grávida, seria pior. O homem mandou que a vítima o deixasse na rua Hugo Viola, ainda em Jardim da Penha, perto da Ponte da Passagem, e fugiu. O caso segue em investigação.

Sequestro na Praia do Canto

O filho de um empresário do ramo de construção civil foi sequestrado no dia 18 de outubro em um estacionamento na Praia do Canto, em Vitória. Ele tinha ido à academia e, na saída, foi rendido. O carro dele foi levado e os bandidos seguiram pela Rodovia das Paneleiras.

Já dentro do veículo, o empresário foi ameaçado. No banco de trás, os criminosos mandavam ele fazer transferências bancárias via Pix. Após as ameaças, os sequestradores mantiveram a vítima em cárcere privado e começaram a entrar em contato com a família exigindo resgate.

No dia seguinte, policiais conseguiram localizar o cativeiro onde a vítima estava, na cidade de Viana, também na Região da Grande Vitória. Uma pessoa foi presa.

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