A Polícia Federal e a Polícia Civil do Espírito Santo prenderam um homem acusado de estuprar duas meninas nos Estados Unidos. O crime estaria sendo cometido há pelo menos dois anos, mas, somente no último mês de maio, os familiares e as autoridades tiveram ciência dos fatos. Isso aconteceu depois de uma das vítimas, uma adolescente de 12 anos, enviar um vídeo feito por ela para uma amiga. O preso é brasileiro e não teve o nome divulgado por ser parente das vítimas.
Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (13), o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) da Polícia Civil, Diego Bermond, explicou como o vídeo fez com que a família descobrisse e as autoridades chegassem até o acusado.
“No dia 27 de maio, uma das vítimas, a adolescente de 12 anos, se trancou no banheiro porque havia investidas do indivíduo em desfavor da adolescente. Então, ela se trancou no banheiro e gravou essas investidas. Depois, ela apresentou esse vídeo para uma amiga e, logo após, foi noticiado para a mãe esses fatos. Logo em seguida, a mãe confrontou o estuprador, e conseguiu constatar que esses crimes aconteciam há pelo menos dois anos”, disse.
Segundo o delegado, a menina teve a iniciativa de gravar o vídeo quando sofria as investidas do acusado, que a estava molestando.
“Ela se trancou no banheiro porque já estava sendo molestada. Depois, ele tentou fazer com que ela abrisse a porta, tentou fazer com que ela tirasse foto das partes íntimas dela e enviasse para o celular dele. Logo depois, ela abriu a porta e ele continuou molestando essa adolescente. No final do dia, ela acabou noticiando os fatos para uma amiga, inclusive enviando o vídeo para essa amiga. Essa amiga tomou providências, informou para a mãe”, contou.
Após o ocorrido, as autoridades americanas foram até a casa onde o homem vivia e lá encontraram mais elementos durante as investigações. Entre eles, um acessório sexual e vídeos de pornografia infantil no computador do acusado.
“Logo após a notícia desses fatos, a polícia americana foi na casa dele e encontrou um acessório sexual, que batia com as mesmas características que as vítimas tinham falado que ele utilizava para abusá-las. E, além disso, foi encontrado no laptop dele, apreendido pela polícia americana, 164 vídeos que caracterizam crime na legislação penal”, informou.
O delegado afirmou que a Polícia Civil do Espírito Santo aguarda o envio destas provas para incluir no inquérito já aberto para investigar os crimes. Enquanto isso, o acusado deve continuar preso.
“A Polícia Civil está esperando o compartilhamento das provas produzidas nos Estados Unidos. Nós temos ali a entrevista da vítima, da mãe das vítimas, a tradução desses documentos. Nós representamos por 30 dias a prisão e vamos pedir a prorrogação dessa prisão que é o tempo hábil e suficiente para que a gente receba esses elementos e, posteriormente, a Justiça tenha todos os elementos necessários para a condenação desse indivíduo”, ressaltou.
Em uma entrevista por telefone para um programa dos Estados Unidos, o homem negou as acusações.
De acordo com o Superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, o homem sabia que estava sendo procurado nos Estados Unidos. E, sabendo também da dura legislação americana, ele fugiu do país pela fronteira com o México, para evitar ser preso em um aeroporto.
“Ele sabia que já estava sendo procurado pelas autoridades americanas. Então, fugiu pela fronteira com o México. Porque sabia que em um aeroporto poderia ser preso e, aí, certamente, passaria a vida inteira atrás das grades. No México, ele pegou um avião e veio para o Brasil. Mas as autoridades americanas compartilharam essas informações com a Polícia Federal e o resultado, em um tempo muito rápido, é ele estar atrás das grades e, provavelmente, vai passar muito tempo da vida atrás das grades”, afirmou.
O superintendente explicou que, além de prisão perpétua, nos Estados Unidos, ele ainda teria de pagar uma multa de 200 mil dólares. “A gente sabe que a legislação americana é muito mais dura. Prevê, inclusive, a prisão perpétua e uma multa de 200 mil dólares para esse tipo de crime. Aqui no Brasil a pena também é severa. Ele pode pegar 30 anos de cadeia, até mais. Mas a Justiça nos Estados Unidos e a pena o intimidaram, o que acabou fazendo com que ele viesse para o Brasil”, destacou.
Eugênio Ricas falou ainda que o homem deve responder pelos crimes apenas no Brasil, já que por ser brasileiro nato, não pode ser extraditado. “Ele não pode ser extraditado. Ele é brasileiro nato. Apesar de ter praticado esse crime nos Estados Unidos, ele vai ter que responder esse crime no Brasil”, completou.
Um homem de 44 anos foi preso no Espírito Santo acusado de estuprar duas crianças nos Estados Unidos. A prisão aconteceu na Operação Dead End, deflagrada por agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil do Espírito Santo na última sexta-feira (10). De acordo com informações obtidas pela TV Gazeta, o homem foi localizado nos fundos de uma casa, em que estava morando com a esposa e com a filha, em Cariacica.
Segundo as investigações, o crime foi praticado reiteradamente por dois anos. As vítimas são duas meninas, de 8 e 12 anos. Ainda de acordo com a apuração da TV Gazeta, o homem acusado de estupro morava na casa delas no estado americano de Nova Jersey, nos Estados Unidos, porque é primo dos pais das crianças.
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