Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, um dos condenados pela morte do juiz Alexandre Martins, assassinado em 2003, foi executado a tiros dentro de um carro de luxo em Itapoã, Vila Velha, neste domingo (28).
De acordo com informações da Polícia Militar, o veículo seguia no sentido Vila Velha-Vitória e quando parou no sinal de trânsito, foi fechado por outro veículo. De dentro do carro, os criminosos teriam feito pelo menos 15 disparos. Fernando Cabeção não resistiu aos ferimentos e morreu. Os autores do crime fugiram.
A vítima estaria envolvida em outro homicídio ocorrido também hoje (28), pela manhã, no bairro Divino Espírito Santo, no mesmo município.
O carro em que Fernando Cabeção estava era dirigido pela mulher dele. Ela não foi atingida pelos tiros, apenas se machucou com os estilhaços de vidro. À polícia, a mulher contou que o marido havia saído da cadeia há seis meses.
Segundo a Polícia Civil, a ocorrência está em andamento no Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A motivação do crime não foi divulgada. O corpo da vítima será encaminhado para o Departamento Médico Legal de Vitória para ser liberado pelos familiares e para realizar o exame cadavérico, que vai apontar as causas do crime.
Além do envolvimento na morte do juiz Alexandre Martins, Fernando Cabeção era apontado pela polícia como líder de uma facção criminosa no bairro Guaranhus, em Vila Velha.
No dia 24 de março de 2003, o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, de 32 anos, foi assassinado com três tiros quando chegava a uma academia de ginástica, em Itapoã, Vila Velha. Ele tinha acabado de estacionar o carro e foi baleado na rua.
Testemunhas contam que olharam da janela da academia ao ouvirem os tiros e viram uma pessoa na moto e uma outra pessoa atirando. Alexandre integrava a missão especial federal que, desde julho de 2002, investigava as ações do crime organizado no Estado.
Dez pessoas foram acusadas de participar do crime. Os executores foram Giliarde Ferreira de Souza e Odessi Martins da Silva Júnior, o Lumbrigão. Os intermediários foram os sargentos da PM Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva, Fernando de Oliveira Reis, o Fernando Cabeção, Leandro Celestino, o Pardal - que emprestou a arma usada no crime - e André Luiz Tavares, o Yoxito - que emprestou a motocicleta usada pelos assassinos confessos no crime Giliarde e Lumbrigão.
Apontados como mandantes do crime, o ex-policial civil Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, foi absolvido, e o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira ainda não foi julgado porque tem recurso pendente em Brasília. Já o coronel reformado da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, ainda está preso.
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