O confeiteiro Waldemiro de Castro, de 23 anos, passou por momentos de desespero na noite de sábado (25) na região de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha. O jovem conta que, para impedir a fuga de um motorista que bateu no carro dele, pulou no capô do veículo, mas acabou sendo carregado por mais de um quilômetro até cair no chão. Um morador da região filmou a vítima sendo levada (veja o vídeo acima).
Waldemiro conversou com a repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, e contou como tudo começou. "Eu estava na Avenida Saturnino Rangel Mauro, parado no semáforo, em Coqueiral de Itaparica. Ao sair, quando ia engatar a segunda marcha, veio um carro, bateu do lado esquerdo e jogou o meu veículo para o canto, onde estava estacionado um carro preto, que foi atingido pelo meu. O motorista encostou e saiu do carro", relata.
O confeiteiro afirma que saiu do carro logo em seguida e tirou uma foto da placa do outro veículo. "Minha amiga falou para ele ficar lá porque a gente ia chamar a polícia. Quando ela falou que era advogada, ele entrou no carro para sair", lembra.
Foi nesse momento que Waldemiro disse ter ficado na frente do veículo para impedir que o motorista fugisse. Mas o condutor, que, segundo o confeiteiro, estava com sinais de embriaguez, continuou acelerando. "Quando ele conseguiu sair, pulei em cima do carro. Ele foi seguindo com o carro, andando em zigue-zague, e entrou na Rua Itaoca na contramão comigo."
Quando estava se aproximando de um bar, o confeiteiro conta que o motorista freou. "Eu caí para trás, rolei, e uma menina que estava dentro do carro dele saiu também. Ele seguiu viagem com a porta do carona aberta mesmo. Essa moça disse que tinha acabado de conhecer o motorista em um bar. Ela também estava desesperada. Eu conseguia ver, quando estava em cima do carro, que ela ficava lá dentro batendo no braço dele pedindo para parar", detalha
O confeiteiro revelou que ligou para o 190 e a atendente perguntou se alguém tinha se ferido. Como a resposta foi negativa, ela disse que, nesse caso, não havia necessidade de mandar nenhuma viatura e orientou que a vítima registrasse um boletim de ocorrência.
"Eu quero que ele pague pelo prejuízo tanto do meu carro quando do carro da outra pessoa (que estava estacionado). Ele estava muito bêbado: a forma de se expressar, o semblante. Todo mundo em volta que viu a situação falou que ele estava bêbado. Já prestei queixa, fiz o boletim. O que eu acho errado é que eu liguei para a polícia e eles disseram que não tinha necessidade de ir porque não tinha nenhum ferido", pontuou Waldemiro.
Após questionamento da reportagem de A Gazeta no início da tarde de domingo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) enviou um posicionamento, na terça-feira (28): "O registro informa que uma viatura foi encaminhada ao local, mas não encontrou as partes envolvidas quando chegou, sendo que a vítima foi orientada, pelo atendente, a registrar um boletim online para investigação, o que foi feito e resultou no início da apuração por parte da Polícia Civil".
Já a Polícia Civil informou, por nota, que "investiga todas as ocorrências formalizadas, independentemente de terem sido registradas em delegacias físicas ou online".
Após publicação desta reportagem, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) respondeu, nesta terça-feira (28), á demanda feita por A Gazeta. O texto foi atualizado.
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