Morte, protesto, confrontos e quebradeira. Uma série de acontecimentos deixou um clima de tensão no bairro do Bonfim, vizinho ao Bairro da Penha, em Vitória, na manhã desta sexta-feira (25).
O início do pavio para a explosão de conflitos no bairro foi a morte do adolescente Danilo Candida de Souza, 17 anos, na noite de quinta-feira (24), no bairro. A morte dele aconteceu em um suposto conflito com policiais militares, os quais alegam que Danilo teria atirado contra eles. Já parentes de Danilo, muito conhecidos na comunidade, descrevem que o rapaz não estaria armado e que não teria atirado contra os militares, segundo informações da TV Gazeta. Ao longo do dia a reportagem não conseguiu falar com os parentes de Danilo.
O duelo de versões sobre o fato não tirou a indignação de familiares e amigos do rapaz que protestaram no início da manhã. Durante o ato, criminosos chegaram a arremessar pedras contra um ônibus e até pedaços de paus foram usados como arma para depredar o veículo. O acesso de coletivos ao local foi suspenso.
Militares foram ao local e confrontaram os manifestantes com munições não letais. Ao longo da manhã, até um ataque criminoso acabou sendo feito a uma viatura da Polícia Civil, que estava estacionada ao lado da delegacia. Suspeitos foram detidos ao longo do dia. Acompanhe o passo a passo dessa movimentação na comunidade:
A morte de Danilo Candida de Souza aconteceu por volta das 21h de quinta (24). Segundo informações da Polícia Militar, equipes da Força Tática do 1º e do 7ª Batalhões faziam patrulhamento quando viram três homens armados na Escadaria Antônio Bermudes.
Os militares relataram que foram alvo de disparos e revidaram. Um deles, segundo a PM, seria Danilo Candida de Souza, que foi baleado. Ele foi levado pelos policiais para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) e morreu. Os outros dois não foram localizados. Contra Danilo havia mandado de busca e apreensão pelo crime de tráfico de drogas.
A ocorrência foi registrada no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde os militares entregaram uma pistola calibre 380 com numeração raspada, 13 munições e um rádio comunicador.
Por ser de família muito conhecida no bairro Bonfim, parentes e amigos de Danilo fizeram manifestação, por volta das 8 horas desta sexta-feira (25), afirmando que ele não estava armado e que não havia atirado contra os policiais.
No entanto, criminosos se aproveitaram do protesto e quebraram o ônibus da linha 182 (Mario Cypreste/Bairro da Penha, via Alagoano) que atende toda a região do Bairro da Penha.
Moradores que dependiam do coletivo tiveram que descer até as vias principais da cidade para conseguir dar continuidade ao dia de trabalho.
Devido à depredação, equipes da Polícia Militar foram encaminhadas ao local. A situação acabou em confronto entre manifestantes, que hostilizaram os policiais com rojões e pedras. Os PMs revidaram com balas de borracha.
Uma mulher e dois homens foram detidos e levados para a Delegacia Regional de Vitória.
Depois do protesto pela morte do adolescente, outra ocorrência foi registrada logo após, na Avenida Marechal Campos, na Capital. Um grupo tentou atacar um ônibus na via, mas uma viatura passava pelo local e um confronto teve início. Duas pessoas foram detidas.
De acordo com a polícia, um grupo de seis pessoas desceu do bairro Bonfim em direção à Avenida Marechal Campos, sendo que quatro delas estavam armadas. Os homens cercaram um ônibus e começaram a atacar o veículo, mas o motorista conseguiu escapar, e o coletivo seguiu viagem.
“Essa viatura avistou os indivíduos querendo atacar os veículos. Quando a guarnição se aproximou, esses indivíduos começaram a disparar. Dois foram detidos e quatro conseguiram escapar armados”, disse o Tenente Pereira, à frente da situação.
Além dessa ocorrência, uma viatura que estava estacionada na lateral da Delegacia Regional de Vitória, no bairro Horto, que fica próximo ao Bonfim, foi atingida por uma pedra. Um dos vidros foi destruído e depois um rojão também foi jogado contra o veículo.
“Pelo visto foi paralelo. Enquanto estavam lá em cima, um outro grupo se dividiu e veio aqui na delegacia para depredar uma viatura”, disse o tenente.
Depois das ocorrências registradas, forças policiais da Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) foram deslocadas para reforçar o patrulhamento e realizar operação de saturação na área de conflitos.
Até o final do dia, seis pessoas já haviam sido detidas e levadas para a Delegacia Regional de Vitória, onde seriam ouvidas. Os ônibus não voltaram a circular no bairro nesta sexta-feira, segundo a Ceturb.
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