Os envolvidos no confronto que deixou cinco mortos na noite de segunda-feira (14), na região do Morro do Macaco, em Vitória, queriam proteger uma liderança criminosa vinda de Minas Gerais para o Espírito Santo, além de uma carga de entorpecentes. É o que afirma o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, durante entrevista ao vivo no Bom Dia ES, da TV Gazeta. Segundo ele, o homem queria retomar o controle do tráfico de drogas na região, mas foi morto durante a ação policial.
O secretário afirmou que apenas uma família havia comparecido para reconhecer o corpo de uma das vítimas até a manhã desta terça-feira (15).
Um fator que chamou a atenção do secretário foi o fato de os criminosos não terem saído correndo disparando e continuarem enfrentando os policiais.
"Geralmente quando isso acontece são duas situações: ou eles tinham recebido uma carga de droga e não queriam perder porque representa a questão financeira ou eles queriam proteger alguém. Como esse indivíduo era uma liderança havia bastante tempo, estava preso em Minas Gerais, é posto em liberdade por alvará de soltura em março do ano passado, retoma sua atividade criminosa do Morro do Macaco, inclusive com ataques como nós tivemos neste fim de semana contra Mangue Seco, Andorinhas, onde encontramos cápsulas de fuzis deflagradas, uma granada também. Eles estavam tentando se articular para retomar outros pontos de venda de entorpecentes", declarou Ramalho.
A respeito da droga que estaria sendo protegida pelos envolvidos no confronto, Ramalho afirmou que os policiais encontraram grandes quantidades, como as denúncias apontavam, mas apreenderam material de mistura, pinos de cocaína, além de cinco armas.
Um dos mortos no confronto foi identificado como Andreso Felipe Motta, conhecido como Mexerica, de 36 anos, apontado como uma das lideranças do Morro do Macaco. Ele tem três passagens no sistema penitenciário por tráfico de cocaína. Os outros mortos já foram identificados, mas as identidades ainda não foram reveladas.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, a corporação recebeu a informação de que aproximadamente 30 indivíduos estariam no local durante à tarde, fortemente armados, para receber uma grande carga de drogas. A polícia foi até a região e o confronto começou.
"A Força Tática do 1º Batalhão foi acionada e duramente enfrentada por diversos disparos. Mantiveram a troca de tiros por muito tempo. Posteriormente, a nossa tropa avançou. Cinco armas foram apreendidas e os cinco baleados foram socorridos ao Hospital São Lucas. Um dos indivíduos baleados, inclusive, durante a ação, ia jogar uma granada", afirmou.
O material explosivo foi detonado ainda durante a noite pelo Batalhão de Missões Especiais (BME), segundo o coronel.
"A Força Tática do 1º Batalhão foi acionada e duramente enfrentada por diversos disparos. Mantiveram a troca de tiros por muito tempo. Posteriormente, a nossa tropa avançou. Cinco armas foram apreendidas e os cinco baleados foram socorridos ao Hospital São Lucas. Um dos indivíduos baleados, inclusive, durante a ação, ia jogar uma granada", afirmou.
E prosseguiu: "Demonstra claramente a intenção desses indivíduos em acertar os nossos policiais militares, que dentro do estrito cumprimento do dever legal de legítima defesa, fizeram o revide".
"Na maioria das vezes, eles atiram para poder fugir da Polícia Militar. Hoje foi uma situação atípica por dois motivos: primeiro, o indivíduo lançando uma granada contra os policiais. E, segundo, que eles mantiveram a posição. Isso significa que eles estavam ali defendendo ou uma carga grande de carregamento de drogas – uma carga que foi, inclusive, aprendida – ou estavam protegendo alguma liderança", contextualizou Caus.
Após a publicação desta matéria, o Ministério Público de Espírito Santo (MPES) informou que "acompanha o caso e aguarda o recebimento do Inquérito Policial Militar (IPM), a ser enviado pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar, e do Inquérito Policial, da Polícia Civil, para posterior análise e adoção das providências cabíveis e previstas em lei, pela Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar e pela Promotoria de Justiça Regional de investigação e Controle Externo da Atividade Policial, respectivamente. A Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar apura a possível prática de crimes militares e a Promotoria de Justiça Criminal atua na apuração crimes dolosos contra a vida".
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