Só entre janeiro e julho deste ano, foram registrados 266 confrontos armados no Espírito Santo. Um aumento de 78% se comparado com o mesmo período de 2019. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), que não tem um levantamento sobre pessoas atingidas por balas perdidas mas que são as grandes vítimas do fogo cruzado.
Esses confrontos aconteceram entre criminosos e policiais ou entre integrantes de facções criminosas rivais. De maneira geral, são grupos disputando pontos de vendas de droga em todo o território da Grande Vitória. Quem mora nesses lugares, vive com medo, inclusive de relatar a rotina cheia de insegurança.
Na última terça-feira (25), uma jovem de 18 anos foi atingida enquanto andava de bicicleta no bairro Terra Vermelha, em Vila Velha. Em entrevista à TV Gazeta, um morador da região garantiu que ali é um bom lugar para morar, mas que a ação de criminosos interfere no dia a dia e gera temor.
Também em agosto, um menino foi vítima de bala perdida. Desta vez, no bairro Nova Rosa da Penha, em Cariacica. A cabeleireira Josefa Raimundo da Silva revelou que tiroteios são frequentes no local e criticou a ação das forças de segurança. Não adianta vir e ficar com o carro parado. Precisa descobrir porque esses malucos aterrorizam a nossa vida, opinou.
A menos de dez quilômetros de onde ela mora, fica o bairro Flexal, onde outra mulher, a dona de casa Jacilda Rodrigues, viu o filho ser atingido por um disparo de arma de fogo. Eu tenho medo, mas é o bairro, lamentou. Já na cidade de Serra, em maio, a jovem Amanda Moraes morreu depois de ser baleada. Aos 24 anos, ela estava grávida e era mãe de três filhos.
Se o Espírito Santo tem sofrido com tiroteios é porque criminosos têm tido acesso a armamentos, alguns de grosso calibre. Só neste ano, as polícias do Estado já apreenderam 1.878 armas de fogo, sendo 811 na Grande Vitória. Porém, retirá-las de circulação é apenas uma parte da solução do problema.
Segundo o delegado Christian Waichert, muitas armas utilizadas no Espírito Santo são de origem nacional e a maioria das que são de grosso calibre vem do Estado Unidos da América (EUA). Além disso, ele disse que a fabricação caseira tem sido um grande problema no Estado.
Só neste ano, quatro fábricas clandestinas de armas foram fechadas em território capixaba. Três delas na Grande Vitória e uma na cidade de Linhares, na Região Norte do Estado. Entre as armas apreendidas recentemente pelas polícias há pistolas, revólver e até metralhadoras.
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