Por uma desavença com um traficante de Peroba, em Domingos Martins, região Serrana do Espírito Santo, Reginaldo Vieira Conceição, de 28 anos, foi assassinado com requintes de crueldade: foi esfaqueado 15 vezes, teve o coração arrancado e a cabeça decepada. Dentro do corpo da vítima ainda foram colocadas pedras, na intenção de que, ao ser jogado em rio, nunca mais fosse visto.
Toda a barbárie ocorreu no dia 19 de julho, mas o corpo foi encontrado boiando no Rio Jucu, na localidade de Pedra Branca, cinco dias depois. Um dos suspeitos foi preso no município de Itaguaçu, no dia 21 de setembro, mas a informação foi divulgada pela Polícia Civil somente nesta quinta-feira (28). O nome do preso não foi divulgado, mas a investigação aponta que é quem esfaqueou Reginaldo. Outros dois homens estão envolvidos no crime: o mandante e executor (que decapitou a vítima) — e já estava preso desde o dia 20 de julho, mas por envolvimento por tráfico de drogas — e um que filmou a execução, que continua foragido.
Reginaldo era traficante do mesmo grupo que o assassinou. De acordo com o relato de um dos envolvidos, ele teria "atravessado as vendas da organização" e comercializado drogas por conta própria para outra pessoa. “O que se apurou desde o inicio da investigação e segundo o investigado que já estava preso, a motivação seria o envolvimento de todos no tráfico de drogas. Ele contou também que foi ameaçado. Aliás, essa pessoa para quem Reginaldo teria vendido drogas fora do grupo também está presa por envolvimento com tráfico”, contou o delegado Geraldo Peçanha.
Quando o corpo de Reginaldo foi encontrado, a polícia descobriu a ligação do crime com o tráfico de drogas da região e expediu e cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de um dos acusados. No local — que era ponto de vendas — foi encontrado com a esposa de um dos suspeitos alguns objetos, entre eles o celular com a filmagem do crime.
Com a gravação foi possível identificar o executor — já que ele aparecia no vídeo decapitando a vítima. Ainda de acordo com a polícia, testemunhas foram ameaçadas e, com isso, ajudaram a reforçar a participação dos outros dois envolvidos. “Ele foi preso no dia 20 de julho, um dia depois do crime, mas por envolvimento com tráfico. Não era conhecido o crime ainda. Com a descoberta ele já foi denunciado pelo homicídio. Ao ser interrogado ele apontou os outros dois envolvidos, o encontrado em Ibiraçu e o foragido”, contou o delegado.
Depois de matar Reginaldo, o executor confessou que o suspeito de filmar foi morar na casa onde a vítima residia e passou a usar as roupas dele. “O executor do crime confessou que alugava o imóvel para a vitíma. Depois de que tudo aconteceu passaram a ocupar o espaço onde ele morava”, disse Peçanha.
Reginaldo era do município de Linhares, no Norte do Espírito Santo, mas já não tinha contato com a família. Isso dificultou a identificação dele, mas, por ter passagens anteriores pela polícia, a equipe conseguiu identificá-lo pelas das tatuagens no corpo e que constavam no sistema policial.
O delegado contou que assim foi possível encontrar a família, mas como o corpo já estava em decomposição foi necessário realizar exame de DNA, que está para sair o resultado ainda. A Polícia Civil informou que já foram expedidos pela Justiça os mandados de prisão temporária para os três envolvidos, mas os nomes deles não foram divulgados.
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