O comandante-geral da Polícia Militar, Douglas Caus, voltou a negar, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (4), as acusações de ter agredido a companheira em Vila Velha. Assim como a esposa disse, em entrevista para A Gazeta, Caus repetiu que tudo foi uma discussão e ressaltou que moverá um processo judicial contra a pessoa que divulgou a foto do boletim de ocorrência.
Caus relatou que o caso expôs ele e a vida pessoal da família fortemente. Disse ainda que esta situação está tendo um grande impacto na vida deles. "Não é verdade, não houve agressão e sim discussão a respeito de alguns assuntos da nossa vida íntima, principalmente no que tange a minha dedicação à Polícia Militar. Isso causa um desgaste físico em mim, automaticamente reconheci para minha esposa que tenho ficado ausente do ambiente familiar e ela me cobra isso", afirmou.
O coronel narrou o que, de fato, teria acontecido na noite de quarta-feira (4), data em que o Ciodes recebeu o chamado do filho do casal. "Houve uma discussão, ela falou em um tom mais alto, ela não queria que eu saísse. Peguei a chave da mão dela, saí de casa e meu filho, ouvindo aquela discussão, fez o acionamento da viatura da Polícia Militar", acrescentou o comandante.
Questionado sobre quais tinham sido as "vias de fato", citadas no acionamento para o Ciodes, Caus disse que o filho enxerga na corporação "uma extensão da família". "Grande maioria dos meus amigos é da PM. Ele viu, no sentido de chamar um policial ali na forma de apaziguar a situação, acalmar os ânimos. Eu já tinha saído, a viatura esteve lá e registrou a ocorrência", disse.
Ainda sobre o fato da ocorrência ter vazado, o militar mostrou indignação e disse que somente pessoas credenciadas teriam acesso ao boletim. "Alguém foi lá e tirou uma foto, espalhou para tudo quanto é canto. Quem faz isso é um criminoso. Minha intimidade, e a de nenhum capixaba, pode ser exposta desse jeito. Quem fez isso, sabia que era eu e, de forma leviana, divulgou o conteúdo", afirmou.
O comandante Douglas Caus revelou que a esposa e toda a família dele estão extremamente preocupados com o grau de exposição da situação. "Meu endereço residencial, qualquer um no Brasil hoje tem acesso. Pela minha posição na PM, pelas operações que temos feito, isso me coloca em um grau de exposição e, obviamente, muitos criminosos não devem estar satisfeitos com a nossa ação", completou.
Em relação ao vazamento de dois boletins de atendimento do Ciodes (o de 2019 e o desta semana), o coronel informa que pode ter ocorrido de qualquer unidade operacional. O vazamento pode ter ocorrido de qualquer unidade operacional da PM que tenha acesso ao sistema ECOPS ou em outras instituições vinculadas ao Ciodes, informou.
Na véspera do Natal de 2019, a esposa de Caus também chamou a Polícia Militar e relatou que tinha sido agredida pelo marido, que na época atuava no Hospital da Polícia Militar (HPM). Na ocasião, a mulher não tinha lesão aparente, de acordo os militares que atenderam o chamado, e também não quis ir à delegacia no momento da ocorrência, afirmando que iria posteriormente.
Questionado sobre o caso, Caus disse que precisou sair na véspera da ceia de Natal para resolver um problema no HPM e que, também naquela ocasião, a esposa não queria que ele saísse de casa.
"Essa foi a causa dessas duas discussões. São 30 anos de casados. Não é comum discussão lá em casa, sempre sentamos e conversamos. Uns amigos recomendaram que a gente procure um profissional para fazer uma terapia familiar. Achei ideia muito boa", concluiu.
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