O corpo do comerciante Gessi Lanes de Andrade, de 60 anos, foi encontrado em uma cova rasa em Marechal Floriano, na Região Serrana do Espírito Santo, nesta quarta-feira (15). A vítima estava desaparecida desde o dia 8 de janeiro; um mês depois, o acusado do crime foi preso no Rio de Janeiro, mas só nesta quarta a polícia capixaba conseguiu colher o depoimento do assassino e descobrir onde o cadáver tinha sido enterrado.
Em depoimento feito por videoconferência, o criminoso de 25 anos — que não teve o nome divulgado — confessou o crime e apontou onde ficava a cova. Equipes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros foram até a região e localizaram o corpo, já em avançado estado de decomposição e amarrado pelas pernas e pescoço. Segundo o delegado Geraldo Peçanha, isso indica que a vítima foi arrastada até o local.
Segundo depoimento do assassino, logo após se encontrar com Gessi em um ponto de ônibus próximo à BR 262, ele levou o comerciante até sua casa, que fica perto do local da cova. Lá, eles teriam entrado em luta corporal após discutirem por causa de uma dívida.
Durante a briga, o suspeito disse que deu uma paulada na cabeça do comerciante, que morreu. Depois disso, levou o corpo até a cova, e fugiu para o Rio de Janeiro levando o carro da vítima. Apesar da confissão, o delegado não acredita nessa versão.
"Existem divergências. Diferente do que ele disse, a investigação indica que ele já premeditava esse crime desde novembro do ano passado. Em novembro, o caminhoneiro que transportou o veículo da vítima para o Rio de Janeiro relatou, ao ser ouvido, que já havia sido contratado pelo suspeito para fazer essa viagem para o Rio levando um veículo já em novembro, o que aponta que ele já premeditava o crime, mas não necessariamente que a vítima seria o Gessi Lanes. Mas já premeditava o crime dois meses antes do fato", revelou o delegado em entrevista ao repórter João Brito, da TV Gazeta.
O criminoso está preso no Rio de Janeiro e ainda não há uma data específica para ser trazido ao Espírito Santo. Ele vai responder por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver, além de tentativa de homicídio contra um policial militar do Rio de Janeiro, roubo da arma desse militar e resistência à prisão.
O caminhoneiro contratado para levar o carro roubado pelo criminoso até o Rio de Janeiro também foi vítima, segundo o delegado. "Ele foi vítima de furto e estelionato, pois ao chegar no RJ o suspeito pediu para desembarcar o veículo que ele havia subtraído da vítima, alegou que iria fazer uma ligação para um tio fazer a transferência do dinheiro do frete e fugiu. O caminhoneiro registrou a ocorrência e voltou para o ES. Ele tomou prejuízo do celular, do frete, o desgaste da viagem e ainda correu o risco de entrar em uma comunidade do tráfico no RJ", detalhou o delegado.
Gessi Lanes de Andrade estava desaparecido desde 8 de janeiro, quando foi visto pela última vez após se encontrar com um homem em um ponto de ônibus no trevo de Paraju, no KM 54 da BR 262, em Marechal Floriano.
A equipe policial identificou que o suspeito de 25 anos era morador do Rio de Janeiro e, na época do desaparecimento de Gessi, trabalhava na colheita de eucaliptos na região de Alto Santa Maria, também em Marechal Floriano.
Por ordem judicial, foram realizadas buscas no endereço do suspeito. Porém, ele fugiu para o Rio de Janeiro com a família, levando o veículo da vítima, um Gol bege.
Após 15 dias de investigação com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, o suspeito foi localizado. Durante a abordagem a ele no município de São Gonçalo, no Rio, ele resistiu à prisão, ferindo um dos policiais e fugindo com a arma do militar. O suspeito foi preso oito horas depois no município de Itaboraí, vizinho a São Gonçalo.
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