Preso em flagrante após confessar matar a namorada, Thalita Vitória Pereira Barbosa da Silva, de 20 anos, e esconder o corpo na caixa-d’água do prédio onde mora, no bairro Honório Fraga, em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, na última segunda-feira (13), Fabrício Gomes da Silva Júnior, de 25 anos, teve a prisão convertida em preventiva após a audiência de custódia realizada no início da tarde desta quarta-feira (15).
Na decisão, o juiz Thiago Balbi da Costa, responsável pelo julgamento, apontou que apesar de não estar sendo analisado o crime de homicídio, mas apenas a ocultação de cadáver, as duas condutas estão ligadas, o que o fez considerar pertinente a prisão de Fabrício. O homem recebeu da Polícia Civil a autuação pelo crime de ocultação de cadáver em flagrante, mas não pela morte da jovem Thalita, pois nesse caso não foi configurado o flagrante.
“Ressalta-se que não está esse juízo adentrando na análise de eventual crime de homicídio praticado pelo autuado, mas mostra-se evidente [...] que as condutas se encontram ligadas, devendo, portanto, a análise da pertinência da decretação da prisão do autuado ser feita tomando-se em consideração a reprovabilidade da conduta e a periculosidade do agente em um contexto geral, dado que uma conduta (ocultação de cadáver) se deu em continuidade ou exaurimento de outra (homicídio)”, consta em trecho da decisão.
Segundo o magistrado, a prisão preventiva se faz necessária também para assegurar a ordem pública e a manutenção das provas a serem colhidas na fase de investigações, já que o crime aconteceu onde o indivíduo reside e onde há convívio familiar.
Fabrício estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina, enquanto aguardava pela audiência de custódia. A reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para saber em qual presídio o homem ficará preso, mas ainda não obteve a resposta.
A Polícia Civil informou que Fabrício foi autuado pelo crime de ocultação do cadáver. Como ele não pagou a fiança arbitrada, foi encaminhado para o presídio. Apesar de confessar ter assassinado a namorada, Thalita Vitória Pereira Barbosa da Silva, de 20 anos, não foi configurado o estado flagrancial. Segundo o homem, a jovem foi morta por asfixia, com um golpe de mata-leão aplicado por ele, após uma discussão do casal na última sexta-feira (10).
As investigações sobre a morte de Thalita seguem em andamento da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina. Apenas após a conclusão do inquérito que Fabrício poderá ser indiciado pelo crime de feminicídio, de acordo com o entendimento obtido pela Polícia Civil nas apurações do caso.
Fabrício foi preso pela polícia na segunda-feira (13), após vizinhos denunciarem que a água que vinha do reservatório tinha uma coloração escura e um cheiro estranho.
Fabrício, que mora no edifício, foi localizado pela Polícia Militar e assumiu que cometeu o crime na última sexta (10) quando ele e a vítima, Thalita Vitória Pereira Barbosa da Silva, de 20 anos, tiveram um desentendimento motivado pelo consumo de drogas.
O homem relatou aos militares que tinha vendido uma botija de gás para comprar crack. Ele fez uso do entorpecente com a namorada, mas quando Thalita ia embora, tentou levar o restante do material e um celular dele, o que levou os dois a discutirem. Fabrício, que tem histórico como praticante de jiu-jitsu, afirmou que aplicou um golpe “mata-leão”, asfixiando a jovem até a morte.
Ele ainda enrolou o corpo de Thalita em um cobertor e esperou o momento em que ninguém o visse levando o cadáver até a caixa-d’água. No sábado (11), uma vizinha notou diferença na água, mas a PM foi acionada apenas na segunda-feira e encontrou Fabrício no prédio. Em um primeiro momento, ele dizia não saber o que houve, mas depois confirmou o que aconteceu e deu detalhes.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta