A Corregedoria da Polícia Militar investiga se mais de um policial atirou contra Gabriel Ferreira, 21 anos, morto durante uma abordagem da PM no bairro Andorinhas, em Vitória, no último sábado (14). A polícia diz que houve um confronto. Populares e familiares do jovem assassinado dizem que ele não reagiu.
De acordo com o tenente-coronel Pires, corregedor adjunto na corporação, todas as informações referentes ao caso estão sendo levantadas. Ainda não é possível dizer quantos militares atiraram ou o número de tiros que atingiram Gabriel. Estamos em diligências no local, buscando provas para investigar o que aconteceu. Temos uma versão inicial, que consta do relatório da ocorrência, de que uma equipe chegou ao local e outras em seguida. Se um policial ou mais de um atiraram, o fato ainda está em análise, afirmou.
Pires também comentou a ação dos policiais. De acordo com ele, a orientação é sempre verbalizar antes de atirar, mas, em alguns casos, não há tempo para verbalização. Nossa orientação é de que, a partir do momento que a pessoa não abaixa a arma ou se mostra resistente, representando ameaça de vida a nossa equipe, a metodologia, observado o emprego dos meios e o uso da força, é atirar. É o que está na ocorrência, mas ainda vamos apurar
Ainda segundo a autoridade policial, as informações iniciais levam a crer que tenha ocorrido mais de um disparo contra Gabriel. Tudo indica isso, até porque a própria guarnição relata que foi efetuado mais de um disparo. Como as investigações estão iniciando, precisaremos de mais alguns laudos, por exemplo do DML, do local de crime, para verificar como foram esses tiros, qual a quantidade e quem efetuou. Isso tudo ainda vai ser solucionado em breve, relatou.
Diante do inquérito ainda recém-iniciado, a PM indicou que não realizará o afastamento dos agentes que estiveram presentes na operação ocorrida no sábado (14). Neste sentido, os policiais continuam trabalhando normalmente.
Segundo o tenente-coronel, é possível afirmar que alguns dos policiais que estiveram na ocorrência respondem a outras sindicâncias e inquéritos que checam o envolvimento deles em outros homicídios ou lesões. Nós não temos ainda os nomes da totalidade de presentes no sábado, até porque várias equipes participaram. Os que estavam inicialmente naquele momento eram quatro ou seis. Mas eles realmente têm participações em outros fatos, em locais e dias distintos, por conta de terem estado em atividade operacional. O inquérito visa dar subsídio a um processo administrativo, se for o caso, disse.
A Polícia Civil também apura o caso.
Gabriel Ferreira foi morto a tiros pela PM, em Andorinhas, bairro de Vitória, na manhã deste sábado (14). Após a morte, moradores da região fizeram protestos, queimando objetos e fechando uma rua do bairro. A via foi liberada pela PM e pelo Corpo de Bombeiros, à ocasião.
Em nota, a PM informou que durante o patrulhamento no bairro Andorinhas, em Vitória, policiais militares se depararam com um indivíduo apontando uma arma de fogo contra a equipe. Diante de tal situação foram efetuados disparos contra o suspeito que foi atingido e socorrido prontamente ao Hospital de Urgência e Emergência, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu. Ainda de acordo com a nota, um revólver calibre 38 foi apreendido com o indivíduo baleado.
Na versão dos familiares da vítima, o rapaz teria se rendido durante o patrulhamento, mas mesmo assim, acabou sendo atingido por um disparo. Além disso, a população ficou revoltada após o ocorrido. Um vídeo gravado por moradores, que a reportagem de A Gazeta teve acesso, mostra um tumulto e, nas imagens, é possível ver um policial atirando para cima. Em outra imagem, os moradores dizem que os PMs colocaram o jovem morto na viatura.
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