O assassinato do músico Guilherme Rocha, de 37 anos, vítima de um tiro disparado pelo soldado da Polícia Militar do Espírito Santo Lucas Torrezani gera revolta e tristeza em todo o Estado desde as primeiras horas de segunda-feira (17).
De acordo com o integrante da Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo, major Alves Christ, o caso será apurado pela corporação com rigor e critério. O soldado estava de folga dentro do condomínio onde mora, em Jardim Camburi, e reagiu ao ouvir a reclamação de Guilherme Rocha sobre o som alto durante a madrugada.
Lucas Torrezani está preso desde a noite de segunda-feira (17), quando teve a prisão temporária solicitada. Inicialmente, ele deve ficar preso por 30 dias - o tempo pode ser estendido por até 60 dias.
De acordo com o representante da PMES, Lucas Torrezani entrou na corporação em 2020 e não havia, até a segunda-feira (17), qualquer ocorrência contra o soldado na Corregedoria.
Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), o major afirmou que a Polícia Militar não está de acordo com a conduta do soldado, registrada em vídeo por uma câmera do condomínio.
Alves Christ ainda citou o caso em que dois policiais militares são suspeitos de matar um homem dentro do bar Gordinho Sambão, em Vitória. Os dois são investigados e não estão presos.
"A Polícia Militar não compactua com desvio de conduta de nenhum de seus agentes. A conduta dos militares nas duas ocorrências será analisada de acordo com a ética disciplinar. Estamos colaborando com a Polícia Civil", disse.
Uma câmera de videomonitoramento do condomínio em que o músico Guilherme Rocha morava em Jardim Camburi, Vitória, flagrou o momento em que ele foi morto pelo policial militar Lucas Torrezani de Oliveira, na madrugada desta segunda-feira (17). As imagens foram divulgadas pela Polícia Civil (veja acima).
No vídeo, é possível ver a vítima entrando na área em que o policial estava com um amigo. Com as mãos para trás, Guilherme fala com Lucas, que segura um copo. O policial retira a arma da cintura e encosta no ombro do músico. O amigo do militar se levanta e os três ficam próximos.
Em um dado momento, Lucas bate com a arma no rosto de Guilherme. A vítima, então, bate com as mãos na arma. O amigo do policial empurra o músico. Depois, a vítima segue em direção à porta, mas cai logo em seguida, já baleada. O militar fica olhando e dá dois goles na bebida que estava no copo.
Logo depois do crime, Lucas foi levado à delegacia, confessou que atirou, mas foi ouvido e liberado. A Polícia Civil disse que "ele foi ouvido pela autoridade policial, que entendeu, pelas oitivas, que não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante. Por isso, naquele momento, o policial militar foi liberado e a arma ficou apreendida. Durante o decorrer do dia, através das investigações, oitivas e diligências, foi verificado que o caso não era de legítima defesa. Imediatamente, a Polícia Civil fez o pedido de prisão temporária pelo crime de homicídio qualificado do autor e aguarda o posicionamento do Poder Judiciário".
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