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Corregedoria vai apurar conduta de PMs que brigaram na Praia do Canto

Corregedoria vai apurar conduta de PMs que brigaram na Praia do Canto

Imagens feitas por testemunhas mostram um major batendo em um soldado da Polícia Militar no meio da rua

Publicado em 3 de junho de 2023 às 17:09

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

A conduta de um major e de um soldado da Polícia Militar que se envolveram em uma briga em Vitória, na madrugada deste sábado (3), será apurada pela Corregedoria da corporação. A confusão aconteceu na saída de uma boate na Praia do Canto. O soldado teve que receber cuidados médicos por conta dos ferimentos. Já o major foi preso em flagrante por lesão corporal, ameaça, desobediência e desacato. Ele foi detido no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar.

Segundo nota enviada pela PM, depois da finalização dos procedimentos na delegacia de Vitória, ambos serão encaminhados à Corregedoria para prestarem novos esclarecimentos. Lá, será feita uma análise das versões apresentadas pelos dois policiais e "adotadas as medidas administrativas e/ou criminais cabíveis". Os nomes dos dois envolvidos não foram divulgados, mas A Gazeta apurou que o major preso em flagrante é Marcos Vinicius Mattos Gandini.

Major ameaçou e agrediu soldado na saída de boate em Vitória
Major ameaçou e agrediu soldado na saída de boate em Vitória. (Leitor | A Gazeta)

Durante o dia, o registro da ocorrência foi acompanhado pelo comandante do 1° BPM, na Delegacia Regional de Vitória. Na noite deste sábado (3), a corporação disse que os procedimentos na Corregedoria ainda não tinham sido finalizados. Por esse motivo, não havia mais informações a respeito da apuração administrativa dos fatos.

Briga foi gravada

Vídeos enviados por leitores ao site A Gazeta mostram o momento em que o major, de camisa azul na imagem, dá vários socos no soldado, que está machucado e caído no chão.  Pelas imagens, também é possível ver um homem de camisa verde, que seria instrutor de tiro e amigo do soldado, tentando separar a briga. Outro registro mostra o major ameaçando o instrutor, dizendo, inclusive, que iria matá-lo.

Segundo o boletim da Polícia Militar (PM), a ocorrência teve início dentro de uma boate da região. Contudo, o major e o soldado dão versões diferentes para os acontecimentos. 

Na versão do major, ele teria ido embora da boate logo após sua mulher ter sido assediada pelo soldado. Segundo o relato, o casal se deslocou até a Avenida Saturnino de Brito para pegar um táxi e, nesse momento, dois indivíduos teriam aparecido — incluindo o militar — e apontado uma arma na direção dele.  Não está registrado o porquê de o casal ter sido rendido.

Na tentativa de desarmar o soldado, o major conta que entrou em luta corporal. De acordo com o boletim, o militar do baixo escalão posteriormente acabou desarmado pela mulher do major, que caiu no chão e sofreu lesões nos braços e nas pernas. 

O major também alegou, no atendimento da ocorrência, que uma pessoa aplicou um golpe gravata, que quase o deixou desacordado, causando-lhe lesão na orelha e mãos. Com os dois militares, foram apreendidas armas, carregadores e munições.

A versão do soldado

O repórter André Falcão, da TV Gazeta, esteve no DPJ de Vitória pela manhã e conversou com policiais e testemunhas. O soldado, que precisou ser atendido no hospital por conta dos ferimentos, deu outra versão da história. De acordo com ele, o major teria sido expulso da boate por causa de uma discussão com a esposa. Já do lado de fora, tentou separar a briga, quando começou a ser agredido pelo oficial.

Testemunhas contaram que, após a confusão, o major foi para a delegacia, onde chegou transtornado. Ele também teria ido antes ao hospital, para fazer novas ameaças ao soldado. Por volta das 10h deste sábado, a mulher do major ainda tentou ir embora da delegacia, sem autorização.

Polícia Civil

Polícia Civil destacou que o major, de 45 anos, foi autuado em flagrante por lesão corporal, ameaça, desobediência e desacato à funcionário público e foi encaminhado ao presídio militar, no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar, onde ficará à disposição da Justiça.

"Uma cópia do procedimento do flagrante será encaminhada à Corregedoria da PM para apurar possíveis infrações administrativas ou crimes militares. O soldado foi qualificado como vítima na ocorrência", ressaltou a corporação.

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