Traficantes e usuários estão enviando e recebendo drogas no período da pandemia do novo coronavírus pelos Correios. Esse tipo de comércio de entorpecentes não é novo, porém cresceu significativamente com a chegada da doença ao Espírito Santo e também no restante do país. Essa é a conclusão de uma investigação da Polícia Federal no Estado.
Para o delegado Marcos Paulo Pugnal, chefe da Delegacia de Repressão e Entorpecentes, essa prática foi intensificada devido à diminuição de outras formas mais tradicionais para o despacho da droga.
"Identificamos e acreditamos que em função da queda na circulação de veículos e também dos voos domésticos, o tráfico passou a escolher outra forma para atuar. Na verdade, essa prática de remeter drogas pelos Correios já existia, mas notamos que isso aumentou. Se compararmos o momento da pandemia atual com o mesmo período em 2019, subiu de 3 casos para 10. Nas últimas semanas, ocorreu praticamente uma prisão semanal de pessoas recebendo drogas através do serviço postal", detalhou o delegado.
Segundo Pugnol, a origem da droga é variada, mas é do Sul do País, mais especificamente da região de Foz do Iguaçu (No Paraná e que faz fronteira com a Argentina), e também do Rio de Janeiro, Estado vizinho ao ES. Desses locais, a droga é despachada ao Espírito santo, principalmente para a região da Grande Vitória.
O representante da Polícia Federal disse ainda que a droga é colocada dentro de objetos e despachados para os mais diversos destinos dentro do Estado. O delegado explicou que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é parceira da PF na identificação das pessoas.
"Recentemente, encontramos drogas escondidas dentro de uma caixa de som automotivo e os Correios também nos ajudam, identificando os destinatários, o que facilita nossas ações. Esse despacho ocorre de duas formas, a primeira é o tráfico propriamente dito, que é aquela pessoa que compra uma quantidade maior. Tem também o usuário, que pede uma quantidade pequena para utilizar. Essas duas hipóteses foram contempladas na última semana", salientou.
O delegado garantiu que a Polícia Federal seguirá com ações para coibir essa prática, prosseguindo com as investigações e eventuais prisões.
Em nota, os Correios informaram que mantém uma estreita parceria com as autoridades policiais para prevenir o tráfico de drogas e outros itens proibidos por meio do serviço postal. Os empregados atuam na tentativa de identificar qualquer postagem cujo conteúdo esteja em desacordo com a legislação. Quando algum objeto ilícito é identificado, os Correios acionam os órgãos competentes.
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