O caso da mulher de 56 anos presa em flagrante na última quinta-feira (16) no distrito de Guaraná, em Aracruz, suspeita de manter 53 cachorros com sinais de maus-tratos dentro de casa, não é isolado. Crimes desse tipo cresceram em todo o Espírito Santo neste ano em relação ao ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
De janeiro a agosto de 2021, 225 casos de maus-tratos aos animais foram registrados pela polícia. No mesmo período deste ano, o número saltou para 240. Somente no último mês de agosto 30 casos chegaram ao conhecimento da polícia.
Além do caso de Aracruz, descoberto após denúncia anônima, outro registro chamou recentemente atenção no Sul do Estado. Um homem de 32 anos esfaqueou duas cadelas em Mimoso do Sul. Mesmo recebendo atendimento, uma delas acabou morrendo. O suspeito, segundo a Polícia Civil, foi ouvido e responderá pelo crime em liberdade.
Além de agressões físicas que possam resultar na morte do animal, abandonar e não alimentar o bichinho, por exemplo, também são ações consideradas maus-tratos. No dia 29 de agosto deste ano, em Cachoeiro de Itapemirim, um cão foi encontrado preso a uma corrente, magro e sem forças até para latir.
Conforme o Código Penal, maltratar animais, domésticos ou silvestres, é crime desde 1998, com detenção de três meses a um ano. Recentemente, a pena para violência contra cães e gatos aumentou – agora vai de dois a cinco anos de prisão.
Em junho deste ano, a Polícia Militar recebeu uma denúncia e chegou a tempo de salvar a vida de ‘Kelvin’. O cão ganhou este nome após ser adotado. Ele foi gravemente agredido com um facão, no interior de Brejetuba, na Região Serrana, e deixado na beira de uma estrada em um saco. O suspeito de 27 anos foi preso e alegou que o cão teria atacado uma galinha.
No mesmo mês, em Vila Velha, um médico veterinário foi preso e a clínica dele, localizada no bairro Pontal das Garças, foi interditada. A ação resgatou 16 animais internados, e outros 18 — entre cães e gatos — foram encontrados mortos. Alguns deles estavam dentro de um freezer e um estava embalado no chão, dentro de uma sacola.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, Eduardo Passamani, foram encontradas condições insalubres de centro cirúrgico e acomodação, além de medicamentos vencidos, animais mortos, entre outras irregularidades. O estabelecimento não tinha alvará da prefeitura para funcionar.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta