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Criança achada morta em casa em São Mateus foi agredida, aponta laudo

Criança achada morta em casa em São Mateus foi agredida, aponta laudo

Isack Miguel Felizardo dos Santos morreu devido a um traumatismo craniano causado por agressões, segundo delegado. Laudo indicou que menino sofria da "síndrome da criança espancada"

Publicado em 21 de junho de 2022 às 19:59

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Um laudo da perícia da Polícia Civil apontou que o traumatismo craniano que matou Isack Miguel Felizardo dos Santos, de 2 anos, foi causado por agressões. O menino encontrado morto dentro de casa em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, na manhã do dia 25 de maio deste ano. Nesta terça-feira (21), o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Mateus, delegado Isaac Gagno, disse que o documento apontou que a vítima sofria da "síndrome da criança espancada" — quadro clínico de constantes maus-tratos físicos e psicológicos.

“Esses laudos são periciais e indicam que houve agressão em face da criança. O outro laudo, de necrópsia, já existente, diz sobre a causa da morte como sendo traumatismo fechado de crânio. Juntando-se os dois, o resultado técnico é que houve agressão habitual, que resultaram no traumatismo e este levou à morte”, disse o delegado.

O pai da criança, Alex Seraphim dos Santos, de 29 anos, e a madrasta, Yara Miguel Aguiar, de 22 anos, seguem presos preventivamente desde o dia 30 de maio. Segundo o delegado, após o resultado da perícia, o inquérito policial foi concluído e os dois foram indiciados por homicídio qualificado.

O inquérito foi enviado para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que vai avaliar se aceita a denúncia. Alex permanece preso no Centro de Detenção Provisória de São Mateus, e Yara, na Penitenciária Regional do município.

RELEMBRE O CASO

No manhã em que o menino foi encontrado morto, Yara acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), afirmando que não conseguia acordar o enteado. Segundo relatório do atendimento, a morte foi constatada ainda no local, e Isack apresentava traumas em partes do corpo, como cabeça, braço, tórax, no rosto, olhos e boca.

Na casa, viviam o casal e três crianças — Isack e o irmão dele, de 9 anos (filhos de Alex), e uma menina de 4 anos, filha de Yara. Na ocasião, de acordo com registro da ocorrência, um policial militar reparou que o irmão do menino que morreu também apresentava lesões, uma no pescoço e outra no olho. Testemunhas informaram para a Polícia Militar que viam, constantemente, a mulher agredindo as crianças. O Conselho Tutelar foi acionado e recolheu as duas crianças.

Na ocasião, o pai do menino, em relato à Polícia Militar, disse que estava trabalhando quando foi avisado sobre a morte do filho, e que a criança estava com vida quando ele saiu de casa.

No dia seguinte ao ocorrido, o pai e a madrasta da criança prestaram depoimento na Delegacia Regional de Linhares, que investiga o caso. Em relato à repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte, o casal afirmou que o menino era agitado e que os machucados, que constam no relatório de atendimento do Samu, não são de maus-tratos.

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