Um laudo da perícia da Polícia Civil apontou que o traumatismo craniano que matou Isack Miguel Felizardo dos Santos, de 2 anos, foi causado por agressões. O menino encontrado morto dentro de casa em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, na manhã do dia 25 de maio deste ano. Nesta terça-feira (21), o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Mateus, delegado Isaac Gagno, disse que o documento apontou que a vítima sofria da "síndrome da criança espancada" — quadro clínico de constantes maus-tratos físicos e psicológicos.
“Esses laudos são periciais e indicam que houve agressão em face da criança. O outro laudo, de necrópsia, já existente, diz sobre a causa da morte como sendo traumatismo fechado de crânio. Juntando-se os dois, o resultado técnico é que houve agressão habitual, que resultaram no traumatismo e este levou à morte”, disse o delegado.
O pai da criança, Alex Seraphim dos Santos, de 29 anos, e a madrasta, Yara Miguel Aguiar, de 22 anos, seguem presos preventivamente desde o dia 30 de maio. Segundo o delegado, após o resultado da perícia, o inquérito policial foi concluído e os dois foram indiciados por homicídio qualificado.
O inquérito foi enviado para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que vai avaliar se aceita a denúncia. Alex permanece preso no Centro de Detenção Provisória de São Mateus, e Yara, na Penitenciária Regional do município.
No manhã em que o menino foi encontrado morto, Yara acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), afirmando que não conseguia acordar o enteado. Segundo relatório do atendimento, a morte foi constatada ainda no local, e Isack apresentava traumas em partes do corpo, como cabeça, braço, tórax, no rosto, olhos e boca.
Na casa, viviam o casal e três crianças — Isack e o irmão dele, de 9 anos (filhos de Alex), e uma menina de 4 anos, filha de Yara. Na ocasião, de acordo com registro da ocorrência, um policial militar reparou que o irmão do menino que morreu também apresentava lesões, uma no pescoço e outra no olho. Testemunhas informaram para a Polícia Militar que viam, constantemente, a mulher agredindo as crianças. O Conselho Tutelar foi acionado e recolheu as duas crianças.
Na ocasião, o pai do menino, em relato à Polícia Militar, disse que estava trabalhando quando foi avisado sobre a morte do filho, e que a criança estava com vida quando ele saiu de casa.
No dia seguinte ao ocorrido, o pai e a madrasta da criança prestaram depoimento na Delegacia Regional de Linhares, que investiga o caso. Em relato à repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte, o casal afirmou que o menino era agitado e que os machucados, que constam no relatório de atendimento do Samu, não são de maus-tratos.
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