O menino de 10 anos atingido por um tiro na cabeça enquanto brincava no pátio de uma escola municipal de Vitória segue intubado e com quadro de saúde estável, segundo informou à reportagem de A Gazeta o pai dele, Ronilton Gaiba, na manhã desta quinta-feira (13). A criança foi baleado na terça-feira (11) quando participava de uma festa para celebrar o Dia das Crianças no interior da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Orlandina D'Almeida Lucas, no bairro São Cristóvão. A família não foi informada sobre previsão de alta.
No mesmo dia em que foi ferida, a criança passou por uma cirurgia. O menino foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, no hospital, os médicos confirmaram que se tratava de uma perfuração causada por disparo de arma de fogo.
A criança chegou a ficar em estado grave, mas Ronilton disse que o quadro do filho dele foi reavaliado e o menino encontra-se estável nesta quinta-feira. Ele está sedado desde que passou pela cirurgia. O pai da vítima informou ainda que exames indicaram que a criança não perdeu massa encefálica, o que indicaria, segundo médicos explicaram para ele, que o tiro não comprometeu as funções do cérebro.
De acordo com Ronilton, o filho participava de uma festa de Dia das Crianças na escola. De repente, funcionários ligaram informando que o garoto havia caído enquanto jogava bola e que o socorro havia sido acionado. Posteriormente, foi identificado que se tratava de ferimento causado por tiro.
O menino de 10 anos foi baleado em meio a um dia de caos em Vitória. Seis ônibus foram incendiados e um, metralhado, entre o fim da manhã e a noite de terça-feira (11). A suspeita do pai é que um disparo tenha caído na escola e atingido o menino.
Os ataques foram promovidos como represália à morte do segurança de Fernando Moraes, o Marujo, que comanda o tráfico de drogas no Bairro da Penha.
Em nota após o fato, a Prefeitura de Vitória lamentou o ocorrido e disse que se colocaria à disposição para oferecer apoio à família. Ronilton Gaiba, porém, diz que não houve nenhum contato da administração municipal com a família.
A reportagem de A Gazeta voltou a procurar a Prefeitura de Vitória para saber que tipo de assistência e apoio estão sendo oferecidos aos familiares da criança baleada. Perguntas sobre segurança na escola e o encaminhamento da criança ao hospital também foram feitas à prefeitura.
O que ainda falta ser respondido pela Prefeitura de Vitória?
Em uma nova nota, a Prefeitura de Vitória informou, na tarde de quinta-feira (13), que acompanha o caso e está prestando o apoio à família, em contato permanente com os pais. Diferente do que foi informado pelo próprio pai da criança baleada.
Perguntada sobre a dinâmica do atendimento, a Secretaria de Educação de Vitória (Seme) informou que a unidade de ensino entrou em contato com o Samu e a família imediatamente após constatar que o estudante estava sangrando, cumprindo o protocolo de ação de situações desse tipo. O pai da criança chegou à escola antes que a ambulância do Samu. No hospital, foi constatado um ferimento por arma de fogo na cabeça.
De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu), agentes da Guarda Municipal continuam realizando ponto base na unidade escolar, ou seja, com viatura na frente do local, e patrulhamento na região para garantir a proteção de alunos e servidores. Apesar da informação, a TV Gazeta foi ao local no horário de saída dos alunos, ao meio-dia, mas não viu viaturas na parte externa da unidade de ensino.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Polícia Civil informou que as diligências sobre o caso estão em andamento pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Vitória, que é a responsável pelas investigações.
A corporação destacou que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta