Uma menina de 9 anos foi atingida por um disparo de arma de fogo, na noite desta quarta-feira (16), no bairro Bonfim, em Vitória. O caso ocorreu durante uma ação de equipes do Batalhão de Missões Especiais (BME), em um local conhecido como Escadaria dos Trabalhadores.
O registro da ocorrência narra que, ao se aproximarem da parte da alta da escadaria, as equipes foram recebidas a tiros por cerca de cinco indivíduos com armas longas e pistolas. Os policiais revidaram, mas os suspeitos fugiram para uma região de mata.
Durante a ação, um militar sofreu uma lesão no joelho e tornozelo ao buscar abrigo para se desvencilhar dos disparos, sendo encaminhado ao Hospital da Polícia Militar (HPM).
Os militares continuaram as buscas por cerca de 40 minutos e recolheram cinco cápsulas deflagradas 9mm. Durante a ação na parte alta onde ocorreu o confronto, os agentes afirmam que não houve relato de vítimas de disparo de armas de fogo.
Ao descer as escadarias, no entanto, foram informados que a criança de 9 anos havia sido socorrida por populares, após ser atingida por um tiro. Neste momento, alguns indivíduos começaram a jogar pedras na direção das viaturas e um dos agentes efetuou um disparo de bala de borracha para afastar o grupo.
Após a ação no Bonfim, os militares se dirigiram ao Hospital Infantil, em Bento Ferreira. No local, a mãe da criança, de 25 anos, afirmou que a filha foi atingida no lado direito das nádegas, enquanto brincava na porta de casa.
"Eu tinha acabado de sair de casa, tinha ido comprar umas coisas para eles. Recebi a ligação da minha amiga que mora comigo, avisando que ela (filha), havia sido alvejada. Subi desesperada, cheguei lá, ajudei ela, peguei no colo", afirmou a mãe da criança, que pediu para não ser identificada.
O estado de saúde da menina era considerado estável e fora de risco até a noite desta quarta-feira (16).
As armas dos militares foram recolhidas pela Corregedoria da Polícia Militar. Ainda não há informações se o disparo que atingiu a criança foi efetuado pelos militares ou pelo grupo armado que estava no morro.
Por nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado como tentativa de homicídio em confronto com agente do Estado e seguirá sob investigação do Serviço de Investigações Especiais (SIE), que investiga ocorrências envolvendo agentes de segurança. "A ocorrência foi entregue no Departamento Especializado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DEHPP) sem detidos e as munições deflagradas, recolhidas no local do confronto, foram apreendidas e serão encaminhadas para o setor do Departamento de Criminalística - Balística", disse a corporação.
Questionado sobre a atuação do BME na comunidade, o tenente-coronel Menezes, da Polícia Militar, defendeu a ação policial.
"A gente entende e lamenta a situação que aconteceu na noite de ontem, mas a presença policial, que é um clamor da comunidade, um dos requisitos dos próprios projetos sociais que funcionam na comunidade exige: 'precisamos de policiamento', então não é de hoje que nós temos a presença policial dando segurança para aquela comunidade. É meio que incoerente pensar que se pede prudência da polícia na comunidade quando todos os dias aquela comunidade é amedrontada, assediada, aterrorizada pela criminalidade que convive ali", afirmou à reportagem da TV Gazeta.
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