Moradores de Ulisses Guimarães, em Vila Velha, colocaram fogo em um ônibus do sistema Transcol por volta das 11 horas desta quinta-feira (19), em protesto por uma troca de tiros entre policiais e criminosos que terminou com uma criança baleada.
De acordo com os manifestantes, por volta das 9 horas policiais militares perseguiam dois suspeitos, que invadiram uma casa durante a fuga. Houve troca de tiros e uma menina de 11 anos que mora no local foi atingida. Já a PM, diz que não há informações sobre os criminosos terem entrado na residência da vítima.
Procurada, a PM informou por nota que durante a manhã desta quinta (19) o Ciodes recebeu a informação de disparo de arma de fogo no bairro Ulisses Guimarães. Os militares foram ao local e encontraram dois homens armados, sendo um com uma pistola e outro com uma submetralhadora. O helicóptero da PM foi acionado para dar apoio. Um suspeito foi preso e a corporação não informou o paradeiro do outro.
"(Os criminosos) atiraram contra os policiais, que revidaram a injusta agressão. Um indivíduo foi detido com uma submetralhadora de fabricação caseira com 18 munições calibre 380. Uma criança de 11 anos foi baleada e socorrida por populares. A ocorrência foi encerrada na Delegacia Regional do município. Posteriormente, chegou a informação de que indivíduos atearam fogo em um ônibus no bairro. Militares foram ao local e confirmaram que populares pararam o coletivo, solicitaram que os passageiros desembarcassem e colocaram fogo no coletivo. O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a ocorrência", informou a PM, por nota.
A menina foi socorrida por um primo para o Hospital Santa Mônica, em Vila Velha e depois transferida ao Hospital Infantil de Vila Velha. Segundo a mãe da criança, ela está com uma bala alojada no pulmão e aguarda por uma cirurgia.
Revoltados, populares incendiaram um ônibus do sistema Transcol como forma de protesto. Os manifestantes contaram à reportagem da TV Gazeta que a família da criança mora no local há pouco tempo e que prometem queimar mais carros durante o dia.
Procurada, o GVBus afirmou, por nota, que a empresa responsável pelo coletivo incendiado no bairro Ulisses Guimarães, em Vila Velha, informou que o ônibus estava lotado quando o motorista foi surpreendido por um grupo de homens que mandou todos descerem e depois ateou fogo no veículo.
"O GVBus lamenta mais uma vez o fato e lembra que ações assim são contra a população e contra o sistema de transporte coletivo. Toda vez que um ônibus é incendiado, todas as pessoas que dependem daquele coletivo para se locomover são afetadas", afirmou.
Em entrevista à TV Gazeta, a família da criança acusou os policiais militares de terem atirado contra a menina. De acordo com a mãe da garota, que preferiu não se identificar, ela estava no quintal de casa dando banho no cachorro quando três criminosos invadiram a residência.
Ela conta que um policial subiu no muro da casa e atirou contra os bandidos. Para a família, pela posição dos disparos, a bala que atingiu a menina partiu do PM. A mãe da vítima ainda acusa os policiais de violência e abuso de poder por terem colocado uma arma no rosto do pai da criança, exigindo que ele falasse para onde os suspeitos correram. Ela ainda afirma que os policiais negaram socorro.
Em nota, a Polícia Militar informou que os policiais envolvidos na troca de tiros só souberam que a menina de 11 anos havia sido baleada após a finalização da ocorrência e que o fato foi confirmado posteriormente na unidade de saúde. Acrescentou que os militares buscam agir dentro das normas técnicas, que qualquer disparo de arma de fogo é apurado pela Corregedoria da corporação e que somente após essa investigação será possível identificar de onde partiu o tiro que atingiu a menina. O caso também será alvo de uma investigação na Polícia Civil. Confira a nota da PM na íntegra:
" Nesta manhã (19), o Ciodes recebeu a informação de disparos de arma de fogo no bairro Ulisses Guimarães, em Vila Velha. Militares foram ao local e encontraram dois indivíduos armados, sendo um com uma pistola e outro com uma submetralhadora, que atiraram contra os policiais que revidaram a injusta agressão. O helicóptero Harpia, do Notaer, foi acionado para dar apoio. Um indivíduo foi detido com uma submetralhadora de fabricação caseira, com 18 munições calibre 380.
Uma criança de 11 anos foi baleada durante o confronto e socorrida por populares, informação que foi repassada às guarnições que estavam no local somente após a finalização da ocorrência. Até então, os militares não tinham ciência de que a menina havia sido atingida, fato confirmado somente posteriormente, na unidade de saúde.
A PM ressalta que os militares buscam agir dentro das normas técnicas em todas as ocorrências e qualquer disparo de arma de fogo efetuado passa por apuração minuciosa da Corregedoria da Corporação. Somente após a investigação policial e provas periciais, será possível afirmar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima. O fato também será investigado pela Polícia Civil".
* Com informações de Leandro Tedesco, da TV Gazeta.
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