Vivendo um aumento no número de homicídios no início deste ano, o Espírito Santo enfrenta um desafio nesse contexto que é o combate aos crimes de proximidade, que são aqueles quando a vítima possui algum vínculo com o assassino. O Estado registrou até o dia 23 de fevereiro um total de 181 homicídios contra 174 no mesmo período do ano passado.
Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, parte considerável dessas mortes no Espírito Santo foi ocasionada por esses crimes de proximidade.
"Nos chama muita atenção em janeiro e fevereiro esses crimes de proximidade, onde a vítima tem um certo relacionamento com o autor. E muitas vezes, em uma festa, numa confraternização, tem uma desavença resolvida com facadas. Nós tivemos 20% desses crimes de proximidade nesses homicídios, geralmente com facadas, foice e facão", destacou Ramalho em entrevista à TV Gazeta.
O secretário apontou que esse tipo de crime dificulta uma ação preventiva por parte das forças de segurança. "Isso nos preocupa muito. É uma violência dentro de casa e aí o papel da polícia fica praticamente impossível de prevenir esse tipo de crime. Essa cultura da violência precisamos trabalhar em campanhas com os outros órgãos, como Ministério Público", alertou.
Ramalho ainda pontuou que 74% dos homicídios têm características de execução e que isso pode ter ligação com a guerra do tráfico de drogas. "São vários disparos nos corpos das pessoas. Geralmente a região da cabeça e abdomen atingidas, o que remonta à disputa do tráfico. O que mais nos preocupa é a faixa etária, tanto de quem mata, quanto quem morre: crianças de 12 anos a jovens de até 28", explicou.
Um dos casos com características de crime de execução foi o de um corretor de imóveis, assassinado na porta de casa, no bairro Serra Dourada, na Serra, na noite desta segunda-feira (22). Jorge Vasconcelos, de 50 anos, estava chegando na residência quando foi surpreendido por criminosos que desceram de um carro e atiraram contra ele. A família suspeita de crime de execução.
A esposa da vítima, Alice Vasconcelos, contou que chegou a ver os suspeitos fugindo no veículos "Ele (o Jorge) chegou com o carro. Parou com o carro em frente ao portão, abriu o portão e voltou para entrar no carro. E a gente só escutou os tiros, foram três a quatro tiros. Vi um veículo preto saindo correndo" , contou Alice, emocionada, em entrevista à TV Gazeta.
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