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Crime no edifício Victoria Bay pode ter relação com quadrilha de SP

Crime no edifício Victoria Bay pode ter relação com quadrilha de SP

A Polícia Civil informou que está investigando uma organização criminosa de São Paulo que atua em todo o país especializada em roubos a condomínios de áreas nobres

Publicado em 12 de março de 2021 às 16:55- Atualizado Data inválida

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Condomínio do Edifício Victoria Bay, em Vitória
Mulher grávida teve o apartamento invadido e foi agredida no Edifício Victoria Bay, em Vitória. (Fernando Madeira)

Polícia Civil acredita que o caso da mulher grávida que teve o apartamento na Enseada do Suá invadido e foi agredida com uma chave de fenda por um homem possa ter relação com uma organização criminosa especializada em roubos em áreas nobres de São Paulo. De acordo com a polícia, quatro integrantes dessa organização que estão agindo no Espírito Santo já foram identificados e estão sendo investigados.

Crime no edifício Victoria Bay pode ter relação com quadrilha de SP

A polícia informou que, até o momento, nenhum suspeito de ter invadido o apartamento em Vitória foi detido. O caso está sendo investigado pela Divisão Especializada de Repressão ao Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP) e a Polícia Civil do Espírito Santo está trocando informações com forças policiais de outros estados para levantar mais informações sobre a atuação do grupo.

A Polícia Civil também orienta que os moradores e, principalmente, porteiros e demais funcionários de condomínios, nunca abram o portão da portaria para pessoas que se passam por visitantes ou parentes de algum morador sem checar cuidadosamente com o morador a informação. "Trata-se de uma quadrilha especializada de fora do estado que vêm ao Espírito Santo para furtar apartamentos situados em áreas nobres e vão embora", ressaltou a nota da polícia.

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Trata-se de uma quadrilha especializada de fora do Estado que vem ao Espírito Santo para furtar apartamentos situados em áreas nobres e vão embora

Trecho da nota
Polícia Civil do ES
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COMO ATUAM OS CRIMINOSOS

Segundo a Polícia Civil, os criminosos dessa organização atuam da seguinte forma: geralmente, eles ligam para o telefone fixo ou celular da portaria dos condomínios de luxo e dizem que algum morador autorizou a entrada — até mesmo se passando por parentes. Em seguida, eles "pescam" a informação com o porteiro a respeito de nomes de algum morador. A polícia destacou também que, em outros casos, os criminosos já possuem essa informação.

Logo depois, o criminoso chega até a portaria do condomínio para tentar entrar. De acordo com a Polícia Civil, estão sempre bem vestidos e simulam estar mexendo no celular. Na maioria das vezes, segundo a polícia, apenas um integrante do grupo criminoso entra no prédio, enquanto o outro fica do lado de fora.

Grávida é agredida com chave de fenda dentro de apartamento em Vitória
A perícia da Polícia Civil esteve no Edifício Victoria Bay. (Fernando Madeira)

O criminoso, então, arromba a porta de um apartamento e rouba pertences de valor, preferencialmente dinheiro e joias, conforme informado pela polícia. Eles ficam pouco tempo no condomínio e, na saída, se o porteiro percebe algo, pulam o portão e fogem. 

  • 01

    Ligação para a portaria

    Geralmente ligam para o telefone fixo ou celular que fica na portaria e dizem que algum morador autorizou a entrada (até mesmo se passando por parentes);

  • 02

    Colhem informações

    "Pescam" a informação do porteiro sobre algum nome de morador ou já possuem essa informação;

  • 03

    Chegam bem vestidos e mexendo no celular

    Logo depois o criminoso chega na portaria para tentar entrar. Estão sempre bem vestidos e simulam estar mexendo no celular. Geralmente um só entra no prédio, enquanto outro fica na rua dando cobertura;

  • 04

    Arrombam os apartamentos

    Arrombam a porta de alguma residência e subtraem preferencialmente dinheiro e joias, e na saída, se o porteiro percebe, pulam o portão e fogem;

  • 05

    Agem rápido

    Ficam pouco tempo dentro do prédio.

DICAS DE SEGURANÇA

A Polícia Civil aconselha também que porteiros, zeladores e moradores nunca permitam a entrada de pessoas estranhas sem consultar o morador a qual eles se referiram. Além disso, sugere ainda que os síndicos dos condomínios façam um livro de cadastro de visitas, exigindo documento com foto das pessoas que acessaram o prédio.

Por fim, a polícia pede que as regras estabelecidas pelo condomínio não sejam desrespeitadas. "É comum que alguns porteiros sintam medo de perder o emprego ou de serem repreendidos caso venham a negar a entrada nessas circunstâncias. Por isso acabam permitindo, principalmente se já for praxe de algum morador dar essa autorização", reforça a corporação.

  • 01

    Sempre consultar o morador antes de liberar a entrada

    Porteiros, zeladores, moradores: nunca permitam a entrada de pessoas estranhas sem consultar o morador a qual eles se referiram;

  • 02

    Fazer cadastro de visitantes e exigir documento com foto

    Síndicos: façam um livro de cadastro de visitas, exigindo documento com foto das pessoas que acessaram o condômino;

  • 03

    Respeitar as regras e não ter medo de barrar entrada

    Nunca desrespeitem as regras dos condomínios. É comum que alguns porteiros sintam medo de perder o emprego ou de serem repreendidos caso venham a negar a entrada nessas circunstâncias. Por isso acabam permitindo, principalmente se já for praxe de algum morador dar essa autorização.

RELEMBRE O CASO

Uma mulher grávida de seis meses foi ferida com uma chave de fenda durante um assalto, dentro do apartamento onde mora, na Enseada do Suá, em Vitória, no início da tarde de quinta-feira (11). A vítima contou que o criminoso arrombou a porta do apartamento enquanto ela descansava no quarto e a agrediu com um chave de fenda. Em seguida, roubou joias e dinheiro.

De acordo com o marido da vítima, que prefere não se identificar, por volta de 13h um criminoso, aparentemente bem vestido, entrou no prédio onde o casal mora. "Ele não se identificou. O porteiro abriu a porta, ele passou direto, subiu até o vigésimo quinto andar e, com uma chave de fenda, arrombou a porta e entrou no apartamento.

De acordo com a vítima, o suspeito chegou a amarrá-la na cama junto com sua mãe, que também estava no apartamento no momento do crime. Ela contou que o criminosos estava durante todo o tempo conversando ao celular com outra pessoa, possivelmente passando informações para um comparsa.

O cunhado do marido da vítima, que também não terá o nome divulgado, relatou que as imagens da câmera de segurança sugerem que o crime foi cometido por alguém que tem realizado diversos assaltos na região. "A gente tem outros grupos na internet e viu pelas imagens que era a mesma pessoa que já cometeu crimes na região. A fisionomia é muito semelhante a de diversos assaltos. Todos têm o mesmo padrão, um homem com chave de fenda, máscara, bem vestido, que entra como se fosse morador ou amigo de morador. Nunca imaginei que pudesse acontecer aqui, às 12h30, com movimento. Infelizmente passou pela segurança do condomínio sem ter sido notado", afirmou.

Segundo ele, primeiro chegou ao condomínio um comparsa do assaltante, o qual procurou a recepção e disse que queria entrar em um apartamento. "Por sorte o morador estava em casa na hora e falou que não conhecia a pessoa e o rapaz foi embora. O outro suspeito aproveitou uma falha da segurança, entrou pela portaria, estava bem vestido, o porteiro então achou que era morador, entrou na segunda torre e foi direto ao apartamento da minha cunhada, arrombando a porta.

Entrada do Edifício Victoria Bay, em Vitória
Entrada do Edifíoc. (Fernando Madeira )

Um morador da torre vizinha do mesmo condomínio afirmou que um segundo assaltante chegou a interfornar para o apartamento dele, falando o nome do filho dele. "Chamei então o meu filho e o rapaz se identificou usando um nome qualquer, meu filho disse que não conhecia ninguém com aquele nome e que não estava esperando visita. O assaltante falou então que tinha chamado por engano. Mas sabia o nome do meu filho, isso que era suspeito”, comentou.

A perícia da Polícia Civil esteve no apartamento, mas não conversou com a reportagem. A Polícia Militar, por sua vez, informou que "foi acionada para atender uma ocorrência de roubo em uma residência no bairro Enseada do Suá, em Vitória, na tarde desta quinta-feira (11). No local, os militares conversaram com a vítima. Ela relatou que estava deitada em um quarto com a mãe quando um indivíduo arrombou a porta do apartamento com uma chave de fenda. Ele ameaçou as duas com a chave e pediu para que entregasse objetos de valor. A vítima entregou R$3.000,00 em espécie, além de joias e dois aparelhos celulares. Durante a ação, o suspeito acabou desferido um golpe na vítima e a feriu superficialmente na perna. Depois, ele fugiu do local. Buscas foram realizadas, mas o indivíduo não foi localizado. A vítima foi orientado a registrar o fato em alguma delegacia".

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