> >
Crime nos EUA: capixabas passaram por três países em fuga

Crime nos EUA: capixabas passaram por três países em fuga

Suspeitos de matarem a brasileira Ana Paula Braga percorreram três Estados americanos antes de irem para o México, de onde seguiram para o Brasil. No ES, percorreram vários municípios antes de serem presos

Publicado em 24 de fevereiro de 2020 às 11:05

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

Os capixabas acusados de assassinar uma brasileira nos Estado Unidos (EUA) percorreram quase 15 mil quilômetros em uma fuga que lembra filmes de Hollywood. A maratona envolveu três países (EUA, México e Brasil) e, ao chegarem ao Espírito Santo, foram ainda para várias cidades antes de serem presos em Cariacica, no último sábado (22). No caminho descartaram o corpo da jovem em um contêiner de lixo.

Ana Paula Feitosa dos Santos Braga, mais conhecida como Ana Paula Braga, assassinada nos EUA. (Reprodução/Instgaram )

Thiago Philipe Souza Bragança e Wenderson Júnior Dalbem Silva são apontados como os autores do assassinato de Ana Paula Feitosa dos Santos Braga, mais conhecida como Ana Paula Braga, no apartamento da vítima, na cidade de Los Angeles, na Califórnia, e ocultação do corpo da jovem de 23 anos. O crime teria ocorrido no dia 30 de janeiro deste ano. De acordo com a polícia, eles teriam estrangulado a vítima com fio de um equipamento elétrico. Depois, envolveram o corpo da jovem em um edredom e o transportaram para outro local.

Segundo investigações da polícia americana, câmeras de videomonitoramento revelaram que os suspeitos entraram no apartamento da vítima Ana Paula e mais tarde saíram com um grande volume. Posteriormente, vídeo gravados, segundo a polícia, por Thiago e Wenderson, mostram detalhes da cena do crime no apartamento da vítima, incluindo um embrulho de edredom onde estaria o corpo de Ana Paula. Detalhes da cena do crime que foram confirmadas pela polícia americana.

A FUGA

Após saírem do apartamento, Thiago e Wenderson colocaram o corpo no porta-malas do carro da própria Ana Paula, um Honda sedan branco de 2015. Percorreram umas 2 horas até chegarem a Hot Springs, área de deserto, onde descartaram o corpo em um contêiner de lixo. A uma quadra deste local, dormiram em um hotel (veja infográfico no final da matéria com os detalhes da fuga dos suspeitos).

Do Estado da Califórnia, no litoral Leste, seguiram então para Oklahoma, outro Estado localizado no Centro-Oeste americano, distante mais de 2,2 mil quilômetros. Segundo as investigações, chegaram até a ser parados pela polícia, mas foram liberados. De acordo com uma reportagem do jornal americano News 4, no dia 19 de fevereiro, a polícia americana achou o Honda de Ana no cassino Remington Park, em Oklahoma, onde os suspeitos o teriam abandonado.

Do cassino, segundo as investigações, seguiram de táxi para a rodoviária ainda em Oklahoma, onde pegaram um ônibus para Dallas, no Texas. De lá, seguiram para outra cidade texana, Houston. Foi a partir desta cidade que deixaram o território americano, seguindo para o México, também de ônibus.

Thiago Philipe Souza Bragança e Wendersonl Júnior Dalbem Silva suspeitos de matarem Ana Paula. (Redes sociais)

Ao chegarem ao México, pegaram um voo para o Brasil, onde aterrissaram no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Em outro voo, vieram para Vitória. Já no Espírito Santo, seguiram para Barra de São Francisco, Noroeste do Estado, onde vive a mãe de Wenderson Júnior Dalbem Silva. Posteriormente, foram para a casa dos avós de Thiago Philipe Souza Bragança, em Pancas. De lá seguiram para Cariacica, onde vive a mãe do Thiago.

ASSASSINOS MORAVAM COM VÍTIMA

Segundo as investigações, desde novembro do ano passado os suspeitos pelo crime dividiam o mesmo apartamento com a vítima, Ana Paula. Natural do interior de Minas Gerais, a jovem estava nos Estados Unidos há pouco mais de um ano, onde atuava como motorista de aplicativo.

A polícia americana ainda não conseguiu localizar o corpo da jovem que foi abandonado em um contêiner de lixo na localidade de Hot Springs. A mãe dela, Delma Félix, divulgou um vídeo pedindo ajuda para localizar o corpo e ainda apoio para trazê-lo para o Brasil. "Quero dar a ela um enterro digno", assinalou.

Edredom onde foi embrulhado corpo de Ana Paula Braga, Los Angeles, na Califórnia. (Acervo pessoal)

PRISÃO EM CARIACICA

Thiago e Wenderson foram presos em uma residência onde estavam, em Cariacica, no último sábado (22). Segundo a decisão da Justiça estadual, ambos ficarão presos temporariamente por 30 dias com base nos artigos 240 e 242, do Código de Processo Penal. Eles não devem ser extraditados por serem brasileiros.

A prisão também ocorre para impedir que os suspeitos fujam novamente, já que depois de terem cometido o crime, de acordo com a polícia, os suspeitos teriam percorridos três países (Estados Unidos, México e Brasil).

De acordo com o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, em entrevista à TV Gazeta, os dois confessaram o crime para a polícia capixaba. Ainda segundo ele, houve uma ação integrada entre a Polícia Americana, que ainda continua investigando o crime. No Brasil também atuou a Polícia Federal em parceria com o Grupo Integrado de Operação de Segurança Pública (Giosp), que integra todas as inteligências das agências de segurança do Estado.

Desta forma, assim que foi alertado sobre a presença dos suspeitos no Espírito Santo, o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) abriu o inquérito sobre o caso que foi encaminhado para a 1ª Vara Criminal de Vitória, que decretou a prisão preventiva dos suspeitos. A Polícia Federal (PF) e o 7º Batalhão da Polícia Miliar de Cariacica estavam de campana observando os suspeitos. Quando tiveram a informação da expedição do mandado, entraram em ação. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também participou da ação, onde os suspeitos prestaram depoimento.

No fim da noite de sábado, Thiago e Wenderson foram levados para o sistema penitenciário do Estado. Segundo informação da Secretaria de Justiça (Sejus), responsável pela administração dos presídios, os dois teriam sido levados para o Centro de Triagem de Viana (CTV).

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais