Nem mesmo os cemitérios escapam da ação de bandidos. No distrito de Rio Quartel, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, criminosos furtaram vários itens, principalmente peças em bronze, como crucifixos, bíblias, letras e molduras – e até fotografias de pessoas falecidas são furtadas. Os crimes são descobertos por pessoas com ente-queridos sepultados no local. Segundo moradores, é a terceira vez que o local é alvo de vandalismo e furtos e a situação sempre ocorre perto do Dia de Finados (celebrado na próxima quarta-feira, 2 de novembro).
A agente de saúde Rosa Maria da Silva contou que, na semana passada, ao visitar o túmulo da mãe, percebeu que um crucifixo e uma bíblia – ambos de bronze – que a família havia deixado no túmulo do irmão dela não estavam mais lá. Os criminosos deixaram apenas um suporte da bíblia.
“Há sete dias, estava tudo aqui. Agora não está mais. Vim visitar a sepultura da minha mãe e percebi que alguns objetos do túmulo do meu irmão não estavam mais lá. Foram roubadas coisas de valor. Rio Quartel vive um momento de vandalismo e insegurança. Temos que pedir que as autoridades olhem para a comunidade. É falta de respeito com quem tem pessoas queridas enterradas aqui”, disse Rosa à reportagem da TV Gazeta Norte.
Após saber sobre os furtos, a secretária escolar Tereza Valério resolveu ir ao local ver como estava o túmulo do filho dela. Quando chegou ao cemitério viu que a moldura da foto não estava mais lá. “Quando cheguei aqui fiquei triste, porque é uma dificuldade manter um túmulo. Não é só pelo dinheiro, mas é pelo sentimento mesmo, de impunidade”, relatou a secretária.
O muro do cemitério tem cerca de 1,20 metro de altura e o portão de acesso não tem cadeado. A Polícia Civil informou os casos são investigados e que os furtos são cometidos por usuários de drogas.
O delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, conta que ocorrências como essas acontecem também em outros cemitérios.
“Ocasionalmente recebemos registros desse tipo de ocorrência em cemitérios. São geralmente pessoas que invadem esses espaços para furtar, às vezes, objetos de cobre e outros de valor que os parentes deixam para ornamentar. Normalmente, eles são vendidos para receptadores de metais. Eles vendem as fotos nas ruas. De regra, nós conseguimos localizar quem comete esse crime, mas a pena é pequena e o indivíduo volta para a rua. São pessoas usuárias de drogas, que furtam para manter o vício”, disse o delegado.
Ele explicou que se a Polícia Civil identificar que além do furto, houve um arrombamento do túmulo ou a destruição de um objeto, o crime passa a ser furto qualificado, que pode levar a pena de 2 a 8 anos de reclusão.
*Com informações de Tiago Félix, da TV Gazeta Norte
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta